Governo de Minas orienta uso de máscaras caseiras pela população

Seguindo recomendação do Ministério da Saúde, o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Carlos Eduardo Amaral Pereira da Silva, orientou que a população em geral priorize o uso de máscaras caseiras, feitas de pano. Em entrevista concedida à imprensa, via transmissão on-line, na tarde desta segunda-feira (6), o titular da SES solicitou que as pessoas evitem utilizar as máscaras cirúrgicas e aquelas feitas de tecido tipo TNT.

Segundo Amaral, o uso destes itens é recomendado a profissionais de saúde em ambiente de atendimento. “Se a população toda vier a usar máscaras cirúrgicas, poderá vir a faltar no momento de atendimento”, justificou. O secretário pontuou ainda que o uso de equipamentos de proteção individual não pode ser compartilhado, mesmo que estes sejam lavados.

“As máscaras caseiras devem ser feitas seguindo orientações corretas; elas devem cobrir a parte do rosto entre nariz e boca, por completo, e devem ser lavadas diariamente com água sanitária, secadas e, de preferência, passadas a ferro”.

Conforme o secretário, tais medidas é que irão fazer com que o uso das máscaras ajude a reduzir o risco de contaminação.

O secretário voltou a reafirmar a importância das pessoas manterem o isolamento e o distanciamento social. Ele pontuou que o Governo de Minas mantém inalterada a recomendação do isolamento social e que ainda não há nenhuma sinalização no sentido de afrouxamento das medidas, por parte do Estado, apesar de o governador Romeu Zema (Novo) já ter anunciado que o Governo realiza estudos para avaliar como irá proceder quando for necessário tal afrouxamento das atuais medidas e orientações. “Nós recomendamos que se evite aglomeração em qualquer lugar, mesmo em ambiente aberto. Essa é uma recomendação extremamente importante e pode salvar vidas”, acrescentou.

Respondendo a um questionamento sobre se o número de casos confirmados, relativamente baixo em relação ao número de suspeitas, não estaria reduzindo o medo dos cidadãos mineiros em relação à Covid-19, o secretário pontuou que seria “imprudência” a associação entre o número de resultados positivos com a gravidade da doença.

“Nós temos informação do mundo inteiro de que o coronavírus é sério, que atinge muitas pessoas, e que uma parte das pessoas atingidas tem risco de morte. Então, nós pensarmos que talvez por conta de um número ou de outro possa haver a mudança de percepção da sociedade, não me parece razoável, nem correto”.

Ainda conforme Carlos Eduardo, “nós estamos em um momento de início da pandemia, ainda não estamos no ápice. Se tudo correr bem, esse ápice vai demorar, e esse é o objetivo de todas as medidas tomadas. Sabemos das repercussões que essa situação poderá ter na economia, mas, nesse momento, é este isolamento que vai permitir que nós não tenhamos um pico muito grande de incidência de casos. E, consequentemente, que o sistema de saúde consiga tratar todo mundo que venha ter um caso grave.”

Ampliação de testes em Minas

Também participaram da entrevista o secretário adjunto de Saúde, Luiz Marcelo Cabral Tavares, e o subsecretário de vigilância em Saúde, Dario Brock Ramalho. De acordo com o subsecretário, a ampliação da capacidade de realização de exames de biologia molecular, com a agregação de 19 laboratórios à rede, anunciada na semana passada, poderá trazer aumento de números de casos com comprovação laboratorial nos próximos dias. “Nós, de fato, esperamos um aumento, mas não tão significativo, pois a maior parte do volume de exames, nessas circunstâncias, é feita em profissionais de saúde, de forma que possamos ter condições de manejar esses recursos humanos”, avaliou. Ramalho lembrou que os testes rápidos enviados pelo Ministério da Saúde são exames sorológicos, que apontam quando a pessoa já foi infectada e está com anticorpos, tendo outra utilidade. “São importantes para exames de triagem ou acompanhamento de profissionais de atividades essenciais, como saúde e segurança, por exemplo”.

Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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