Igreja Católica abre Sínodo Arquidiocesano em JF

A ação teve início prático com aplicação de um questionário (Foto: Arquidiocese de Juiz de Fora)

Escutar a Igreja nas diversas frentes de trabalho em meio a diferentes expressões culturais. Dessa forma, a Igreja Católica abre, no próximo domingo (27), o II Sínodo Arquidiocesano, cujo principal objetivo é entender as realidades das comunidades pastorais e levantar demandas da população, buscando resolver lacunas. Além disso, o mês de outubro foi proclamado pelo Papa Francisco como o Mês Missionário Extraordinário, marcado também pelo sínodo voltado para a Região Pan-Amazônica, realizado até domingo, em Roma.

“No primeiro momento a gente vai olhar para a Juiz de Fora, para o urbano. Como está a atuação da Igreja na cidade? Quais são as lacunas, os problemas, as coisas úteis a serviço do povo que a Igreja faz na linha da caridade?”, questionou o arcebispo metropolitano de Juiz de Fora, Dom Gil Antônio Moreira, durante entrevista coletiva à imprensa nesta sexta-feira (25). Ele lembrou que, para chegar a essas respostas, é necessário “olhar para trás para ver o que já foi feito, olhar para o presente para saber o que está acontecendo e olhar para o futuro para saber o que podemos fazer para que Jesus Cristo seja conhecido e amado nesta cidade, enquanto Igreja”, concluiu o arcebispo.

A ação teve início prático com aplicação de um questionário minucioso para conhecer a atuação da Igreja nas 91 paróquias dos 39 municípios que compõem a Arquidiocese de Juiz de Fora. O questionário será respondido por pessoas que atuam nestas comunidades e líderes religiosos. “Em novembro teremos o resultado desta pesquisa. Teremos um olhar para a cidade de Juiz de Fora, sob todos os aspectos, sobre como tem sido a presença da Igreja, onde ela tem sido útil, fiel aos seus princípios, onde tem falhado e o que precisa fazer que ainda não faz”, garantiu o secretário do II Sínodo, Padre Vanderlei Santos de Sousa.

No domingo, quando haverá a Celebração Eucarística de abertura do Sínodo, serão ordenados 25 diáconos (homens casados que irão atuar a favor da caridade) e outros três diáconos que, mais tarde, se tornarão padres. A solenidade será na Catedral Metropolitana, às 15h.

Amazônia

Anunciado em 2017 pelo Papa Francisco, o Sínodo da Amazônia trata de assuntos comuns aos nove países que integram o bioma amazônico – Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Guiana, Guiana Francesa, Venezuela e Suriname. A ideia é debater as dificuldades da Igreja em atender os povos da região, especialmente os indígenas. De acordo com a Igreja Católica, faltam padres, as distâncias entre as comunidades são longas e a carência de serviços públicos acaba fazendo com que a Igreja assuma papéis de assistência social. Para amenizar tal realidade, padres missionários do clero juiz-forano se revezam a cada três anos na Paróquia São Martinho de Lima, na Diocese de Óbidos, no Pará.

Depois de meses de escuta da população local, bispos e demais participantes ficarão reunidos em Roma até domingo, quando o sínodo será encerrado. Na tarde desta sexta, na presença do Papa Francisco, foi apresentado o documento final do encontro. “A Igreja pretende olhar o que já fez e o que precisa fazer para pessoas que moram naqueles locais, além de refletir e desenvolver uma ação pastoral eficaz”, afirmou Dom Gil. O texto final foi elaborado para que o Papa dê diretrizes ao clero a fim de que sejam tomadas medidas diante das dificuldades apontadas naquelas localidades, inclusive envolvendo a natureza.

O sínodo tem enfrentado críticas do governo, principalmente pelo viés ambiental, bem como da ala mais conservadora da Igreja, sobre a possibilidade de homens casados ou mulheres representarem autoridades católicas.

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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