Infectologista esclarece dúvidas sobre coronavírus

Nesta quarta-feira (26),  uma mulher, de idade não informada, foi internada no Hospital Regional Doutor João Penido com possíveis sintomas de coronavírus (Covid-19). Em meio às diversas questões sobre a doença, a Tribuna conversou com uma infectologista para esclarecer dúvidas a respeito da disseminação e de cuidados, que apontou a higienização como principal conduta para prevenção da infecção pelo coronavírus.

Considerando a velocidade de disseminação dos primeiros casos da doença, novas pessoas infectadas devem começar a surgir na América Latina, de acordo com a infectologista Cristiane Marcos. “Por ser uma doença que não está tendo uma letalidade tão alta, até mesmo porque nós não estamos no inverno, é possível que, com o passar do tempo, as coisas venham a reduzir e a não ter uma chance de ficar tão grave”.

Por ser uma infecção viral, não há tratamento específico para o coronavírus, sendo que o principal cuidado para evitar a doença está na higienização das mãos e aeração dos ambientes, segundo Cristiane. “Não colocar as mãos na região da face, a todo o momento estar utilizando água e sabão ou álcool em gel, e, em casos suspeitos. buscar atendimento médico colocando máscaras”, esclareceu, acrescentando que, no caso das máscaras, o uso não é indicado com intuito de prevenção. “A máscara é utilizada para quem está lidando com o paciente e pelo paciente, mas não para qualquer pessoa que for sair de casa. Nenhum estudo demonstrou que isso é preventivo.”

Além da higienização, a infectologista aponta a “etiqueta da tosse” como forma de prevenção. “Evitar usar paninhos, tossir ou escarrar em mãos, porque ao não higienizá-las dissemina o vírus para o ambiente, que muitas vezes não vão ser limpos adequadamente.”

Grupos de maior risco

Segundo Cristiane, os dados têm demonstrado que a doença evolui para casos mais graves, inclusive fatais, em pessoas idosas ou com comorbidades, como doenças pulmonares e doenças cardíacas, o que demonstra a necessidade de maior atenção a estes grupos. “Acredito que essa população, tendo em vista outras questões relacionadas a infecções virais que vêm para nosso país, como por exemplo, Influenza, que ela deveria se precaver vacinando contra a Influenza, adequando-se a essas medidas preventivas e evitando entrar em contato com possíveis doentes de outras etiologias.”

A última orientação se deve ao fato de não ser possível identificar a doença em sua fase inicial, considerando que os sintomas são semelhantes a outras infecções virais, como no caso da paciente internada em Juiz de Fora, que apresentou febre, dor de garganta e secreção clara. “O caso suspeito, pela orientação do Ministério da Saúde, é aquele que apresenta sintomas respiratórios, principalmente a febre, e que venha de uma região em que está havendo o coronavírus. Então, ela (a paciente de Juiz de Fora) foi elegível para se suspeitar da doença. É claro que, agora, em Juiz de Fora e em todo Brasil, esses casos suspeitos vão ser monitorados no sentido de que vão se adequar às amostras respiratórias para termos certeza. Mas os vírus são inúmeros. Existe um painel viral a ser testado, até que a gente tenha, então, essa confirmação.”

Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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