Juiz de Fora volta a receber pesquisa sobre infecção pelo coronavírus

Entre este domingo (21) e a próxima terça-feira (23), Juiz de Fora volta a fazer parte de um levantamento sobre o coronavírus que realiza uma testagem da população em casa. A pesquisa, coordenada pelo Ministério da Saúde e Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), é feita pelo Ibope Inteligência e por pesquisadores da instituição de ensino. Serão 250 moradores convidados a realizar testes rápidos para a Covid-19. Na região, Barbacena também integra a lista de 133 cidades brasileiras que receberão a terceira fase da pesquisa “ EPICOVID19-BR”.

O levantamento já teve outras duas etapas. Na primeira delas, em maio, os pesquisadores chegaram a ser confundidos com golpistas e a testagem foi dificultada. O estudo busca estimar a proporção de casos de infecção por coronavírus no Brasil. A meta nesta etapa é realizar 33.250 testes rápidos e entrevistas. Cerca de 2,6 mil pesquisadores vão às ruas.

Em Minas, além de Juiz de Fora e Barbacena, o estudo acontece em Belo Horizonte, Montes Claros, Teófilo Otoni, Governador Valadares, Ipatinga, Varginha, Pouso Alegre, Uberaba, Uberlândia, Patos de Minas e Divinópolis. A seleção das residências e das pessoas que serão entrevistadas e testadas ocorre por meio de um sorteio aleatório, utilizando os setores censitários do IBGE como base.

Como funciona a pesquisa

O estudo inclui a cidade mais populosa de cada uma das 133 sub-regiões definidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o território brasileiro. O EPICOVID19-BR é coordenado pela Universidade Federal de Pelotas com financiamento do Ministério da Saúde, e, segundo o Ibope, é o maior levantamento populacional do mundo a estimar a prevalência de Covid-19.

Para o exame, os pesquisadores coletam uma gota de sangue da ponta do dedo do participante, que será analisada pelo aparelho de teste em aproximadamente 15 minutos. Enquanto aguarda o resultado, o participante responde a perguntas sobre sintomas da Covid-19 nas últimas semanas, busca por assistência médica e rotina em relação às medidas de prevenção e isolamento social. Em caso de resultado positivo, os profissionais comunicam a Vigilância Epidemiológica local. Não há nenhum custo de participação .

“É fundamental que a população aceite participar da pesquisa. Em cada cidade, por exemplo, é preciso realizar pelo menos duzentos testes, para que possamos apresentar estimativas sobre a real dimensão da Covid-19. Além de contribuir com o esforço coletivo de enfrentamento da pandemia, o participante tem a oportunidade de realizar o exame e saber o resultado na hora”, diz a epidemiologista Mariângela Freitas da Silveira, integrante da coordenação do estudo.

Os pesquisadores que realizam as visitas estão identificados por crachá do Ibope Inteligência e utilizam os equipamentos de proteção individuais (EPIs): máscaras, toucas, aventais, sapatilhas (todos descartáveis), óculos de proteção e luvas. Todos os profissionais são testados e apenas aqueles que tiverem resultado negativo realizam as visitas domiciliares. O estudo tem aprovação da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa e cumpre todos os requisitos de segurança necessários, para proteger os pesquisadores e a população.

Em duas semanas, aumenta em 50% a proporção da população com anticorpos para coronavírus no Brasil

A segunda etapa da pesquisa, segundo o Ibope, apresentou evidências inéditas sobre a velocidade de expansão do coronavírus em 83 cidades do país. A proporção de pessoas que já contraíram o vírus no Brasil aumentou em 53% no período de duas semanas entre a primeira etapa, realizada de 19 a 21 de maio, e a segunda, de 4 a 5 de junho.

Os dados mais recentes também mostraram que, para cada diagnóstico confirmado, existem ao redor de seis casos reais não notificados na população. Para se ter uma ideia, as estimativas somam mais de 1,7 milhão de pessoas que têm ou já tiveram o coronavírus, contra o total de 296.305 casos notificados em 120 cidades brasileiras na véspera do segundo levantamento da pesquisa.

Na segunda etapa, segundo o Ibope, nenhum dos 250 juizforano testou positivo para a doença.

Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

Pesquisar