Mais de 30 multas por dia são aplicadas por excesso de velocidade

Respeito ao limite de velocidade é uma das orientações dada pela PMR, que alerta para perigo de aceleração do veículo nas retas (Foto: Fernando Priamo)

A imprudência de motoristas tem sido a maior causa de mortes nas estradas, e, em Juiz de Fora e região, excesso de velocidade, farol apagado, falta de cinto de segurança e ultrapassagem indevida são as infrações que mais têm provocado acidentes, segundo dados da Polícia Militar Rodoviária (PMR). O Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem (DEER/MG) fez a autuação de 11.982 condutores por excesso de velocidade em todo o ano de 2018, o que corresponde a 32 multas aplicadas por dia. Já este ano, entre janeiro e junho, foram 4.959 autuações, ou seja, 13 multas diárias. Ao todo, levando-se em conta os 18 meses, 23.702.627 veículos foram fiscalizados nas rodovias estaduais que cortam a região de Juiz de Fora.

No mesmo período, a PMR registrou 2.082 infrações de veículo circulando com farol apagado, 718 por falta de uso de cinto de segurança e 391 por ultrapassagem irregular. Todas essas condutas, de acordo com o comandante do 1º Pelotão da PMR, tenente Júlio César de Almeida, aumentam os riscos de acidentes graves e com vítimas fatais. Caso sejam combinadas com a mistura de consumo de bebida alcoólica, o perigo é agravado.

“É importante que o motorista tenha muita paciência e haja com prudência ao se deslocar no trânsito, porque o respeito às regras fazem que o tráfego seja mais seguro, mais humano e mais pacífico. A obediência às leis deve ser efetiva e cumprida por todos, havendo respeito mútuo entre motoristas e entre condutores e pedestres”, destaca o oficial, lembrando que, recentemente, foi registrado um acidente que deixou três pessoas mortas, duas no local e uma, posteriormente no hospital, na rodovia AMG-3085, na divisa entre Juiz de Fora e Coronel Pacheco.

“Em tese, houve o consumo de bebida alcoólica na direção, uma colisão frontal e houve a situação de um passageiro no banco de trás estar sem o cinto de segurança. Ele foi arremessado contra os dois da frente, transformando-se em uma arma contra eles. Ele acabou morrendo em virtude de ser sido esmagado dentro do veículo”, lamentou Almeida.

Para os motoristas, é importante saber que o excesso de velocidade, na situação de ocorrência de um acidente, aumenta de forma significativa as probabilidades de ser vítima de lesões graves e fatais. “O condutor deve se manter dentro dos limites de velocidade não só quando passar por um trecho de radar. Os limites devem ser respeitados ao longo de toda a rodovia durante sua viagem”, alerta o militar, ressaltando que os radares são equipamentos cujo objetivo é disciplinar o motorista em trechos de maior incidência de acidentes, informação que é apurada por meio de estudos técnicos, que constata a necessidade desse tipo de instrumento no local.

“Erradamente, as pessoas acham que o limite de velocidade deve ser respeitado só onde há o radar, mas é equivoco, que pode custar a vida. As placas de sinalização indicam a velocidade máxima de cada trecho, o que, se respeitada, aumenta a seguridade da viagem.”

Outro erro frequente de quem pega a estrada é pensar que numa linha reta e em boas condições pode-se pisar mais no acelerador. “O guia do veículo tende a ficar mais relaxado na direção e se distrair, mas pode surgir um pedestre ou um animal na pista. Apesar da reta, há que se ter cautela, como se trafegasse numa estrada cheia de curvas. Tudo pode surgir, repentinamente, podendo se envolver em um acidente grave”, alerta o tenente.

Uso de celular cada vez mais comum

O uso de celular durante a condução nas estradas é outra conduta que tem ficado comum, aponta o tenente Júlio César de Almeida, principalmente com a pessoa ao volante, fazendo a leitura de mensagens ou gravando o vídeo de alguma situação na estrada. “Os motoristas devem se conscientizar que o uso de celular não deve ser feito na condução, pois estudos já comprovaram que a distração que acontece quando o celular é manuseado se equipara a um condutor embriagado. Ele perde todos os reflexos, a atenção fica dispersa e o motorista acaba se envolvendo em acidente grave. É bom alertar que o celular na mão (lendo ou passando mensagem) é infração gravíssima. Se o motorista é flagrado falando ao celular é infração grave”, destaca.

Trabalho de prevenção

A Polícia Militar Rodoviária garante que vem fazendo de forma programada ações preventivas e educativas nas rodovias sob sua responsabilidade. Essas ações envolvem distribuição de panfletos de conscientização para a educação no trânsito nos locais de maior incidência de acidentes. “São orientações sobre a real necessidade de uso do cinto de segurança, dos dispositivos de segurança para as crianças e para alertar os motoristas sobre o não uso de bebida alcoólica”, afirma o comandante do 1º Pelotão da PMR.

Pontos onde cuidados devem ser redobrados

Como nas férias do mês de julho, muitas pessoas aproveitam o período para viajar em família, a Polícia Militar Rodoviária orienta que a cautela seja redobrada na rodovia AMG-3085, que liga a BR-040 à MG-353, que dá acesso ao Aeroporto Regional Presidente Itamar Franco. “É uma rodovia de pista simples, na verdade, todas as nossas pistas são simples, onde o limite máximo de velocidade em alguns pontos é de 80km/h. Neste trecho, realizamos fiscalização todos os dias com radares e já abordamos condutores a 155 km/h. O local tem uma boa pista, e os motoristas estão correndo muito, o que aumenta nossa preocupação”, afirma o oficial.
Ele também destaca que a MG-353, entre Juiz de Fora e Coronel Pacheco, tem muitas curvas acentuadas. O mesmo se repete na MG-133, entre Coronel Pacheco e Rio Pomba.

Mais luminosidade aumenta a possibilidade de ver e de ser visto

Não é difícil perceber nas rodovias que muitos condutores se esquecem de ligar o farol baixo. Essa obrigatoriedade foi criada, em julho de 2016, com o objetivo de aumentar a segurança nas estradas, já que, com mais luminosidade, os motoristas têm mais possibilidade de ver e de ser visto. Durante o dia, o veículo pode ser visto a uma distância de três quilômetros.

No ano passado, quando a regra completou dois anos, a Polícia Rodoviária Federal (PRF), divulgou dados mostrando que, em razão da lei, houve redução de quase 45% no total de acidentes por colisão frontal. O número de mortos neste tipo de acidente caiu mais de 42% no trecho sob circunscrição da delegacia de Juiz de Fora, naquele período.

A obrigação de usar o cinto de segurança, no Brasil, já existe há mais de 20 anos. Todavia, há aqueles que ignoram a sua importância nos bancos da frente ou de trás. Números da PRF, levando em consideração as estradas federais de todo o país, colocam a falta do equipamento com a terceira infração mais comum nas rodovias. Só em 2018, a PRF multou, nos estados brasileiros, 170 mil pessoas. No primeiro trimestre de 2019, foram 42 mil infrações. São 13% dos condutores que não usam o cinto de forma regular. Quando se trata do passageiro do banco da frente, o número sobe para 15%. Já entre os passageiros do banco de trás, mais da metade nem se lembra do equipamento de segurança.

No que diz respeito à questão das ultrapassagens indevidas, a recomendação é bem simples: “na dúvida não ultrapasse. Se o veículo da frente já tiver sinalizado, o melhor é aguardar a sua vez e ultrapassar apenas quando houver plenas condições de segurança”, orienta o tenente Almeida. Ele aconselha que sempre que se for fazer uma ultrapassagem deve-se procurar sinalizar para o motorista da frente essa intenção, além de ter atenção ao sentido contrário.

“Muitos veículos se mascaram com o tempo, se confundindo, onde há a necessidade de manter o farol baixo aceso para desmascará-lo, principalmente, os veículos de cores prata e preta, pois, dependendo do momento, ficam invisíveis para os outros motoristas”. O oficial também enfatiza que, caso não se preste a atenção à retaguarda no momento da ultrapassagem, pode haver uma colisão lateral ou pela traseira. Essa infração é considerada gravíssima.

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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