Mais uma juiz-forana é nota mil na redação do Enem

Carolina pretender usar o resultado da prova para tentar ingressar no curso de Medicina (Foto: Arquivo Pessoal)

Carolina de Almeida Barros, 19 anos, também está entre as estudantes juiz-foranas que atingiram a nota máxima na redação do Enem 2019. Na última sexta-feira (17), o resultado individual do exame foi divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Na ocasião, a Tribuna conversou com outras duas autoras de textos nota mil: Maria Antônia de Lima Barra, de 19 anos, e Bruna Dias Santana, de 18. As três estão entre os 53 estudantes no país com pontuação máxima na dissertação.

Assim como Maria Antônia e Bruna, Carolina pretender usar o resultado da prova para tentar ingressar no curso de Medicina. Durante 2019, a jovem estudou no curso pré-vestibular Colégio Nota 10 e frequentou o curso de redação do professor Eliandro Luiz Andrade. “Eu só consegui conferir minha nota cerca de dez horas após a divulgação. Estava em viagem e meu voo durou cerca de 16 horas”, relata Carolina, que não conseguiu conter a ansiedade durante a viagem e tentou, em vão, encontrar uma rede para conectar seu celular na internet e conferir o resultado. “Quando eu saí do avião, foi a primeira coisa que eu fiz, antes mesmo de pegar as malas. Fiquei muito emocionada com a nota, mas inicialmente a ficha não caiu. Não sabia como reagir, mas comecei ligar para meus familiares. Minha ficha caiu mesmo quando eu falei com meu professor de redação porque foi uma nota que construímos juntos.”

Conforme relata, Carolina não esperava nota máxima e se diz surpreendida, apesar de ter se sentido segura quanto ao texto escrito por ela após a prova.

“Foi um tema muito inesperado que, em um primeiro momento, me fez ficar sem saber sobre o que falar. Mas após eu ficar calma, pensei que deu deveria puxar pelo eixo (temática), que é a cultura, e fui relacionando com a questão do cinema. Tirando o susto inicial, achei o tema bom e muito importante de ser discutido”.

Para elaboração de sua argumentação, a estudante afirma ter se baseado em questões histórico-culturais do país. “Procurei falar sobre a ideia da desvalorização da cultura brasileira e da sociedade não enxergar a disseminação de filmes e do cinema como algo crucial para a formação cidadã (…), além da inobservância do Governo. Existe toda uma raiz da própria população de não valorizar a cultura. Citei a questão do ‘complexo de vira-lata’, porque costumamos achar que a nossa cultura não é tão rica, que ela não tem tanto a nos trazer como a cultura de outros países.”

Como referencial teórico para sustentar sua argumentação, Carolina abordou conceitos de pensadores e sociólogos como Gilberto Freyre, Émile Durkheim, Hannah Arendt e também referenciais históricos, como a Terceira Revolução Industrial e o Período Colonial, além de citar a Constituição Federal e a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

“Eu sempre li muito, desde cedo. Além disso, eu tenho uma facilidade com gramática. Então, eu acho que isso facilitou (para alcançar a nota). Ao longo de 2019, eu fazia duas redações por semana e lia de um a dois livros por mês.”

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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