Média semanal de Covid-19 cresce 204% em Juiz de Fora

A média móvel de novos casos de contaminação pelo coronavírus em Juiz de Fora cresceu mais de 204% nas últimas duas semanas. A análise foi apresentada em nota técnica nesta quarta-feira (18), elaborada pelo grupo de modelagem epidemiológica da Covid-19 da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Conforme apontado pelo documento, no dia 14 de novembro, último sábado, a média de casos registrados na semana foi de 85. Duas semanas antes, em 31 de outubro, o índice era de 28 novos diagnósticos por dia. 

Como destacado pela UFJF, há um mês, em 18 de outubro, a cidade contabilizava 6.647 casos confirmados de coronavírus e 248 óbitos, conforme dados computados pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF). Ao final da 46ª semana epidemiológica, em 14 de novembro, os números alcançaram 7.988 casos e 275 vidas perdidas. Estes dados demonstram aumentos de 20,2% nos diagnósticos e 10,9% nas mortes causadas pela Covid-19.

Esse crescimento ocorreu especialmente nesta última semana, entre 8 e 14 de novembro. Em relação ao período anterior, entre 1º e 7 de novembro, o crescimento de casos confirmados foi de 130,5%, além do aumento de 20% nos óbitos.

Média móvel da Covid-19 em Juiz de Fora
Média móvel dos diagnósticos confirmados e óbitos para a Covid-19 em Juiz de Fora por semana epidemiológica (Fonte: JF Salvando Todos e PJF / Arte: Divulgação/UFJF)

Crescimento na ocupação de leitos de Covid-19

Conforme divulgado pela Tribuna na noite de ontem, Juiz de Fora atingiu novo recorde de internações decorrentes do coronavírus desde o início da pandemia. Ao todo, 254 pessoas estavam internadas em “leitos Covid”. Este aumento também foi observado pelos pesquisadores da UFJF na nota técnica. Não apenas os leitos de UTI registraram alta na ocupação, como também os de enfermagem.

De acordo com o levantamento, no dia 17 de novembro, a média móvel de internações em UTIs estava em 79,4, em um aumento de 59,8% comparando com as duas semanas anteriores. Enquanto isso, o crescimento de ocupação dos leitos de enfermaria atingiu o dobro. Conforme os pesquisadores, a média móvel do mesmo período é de 143,4, sendo observado um aumento de 120% em relação ao início do mês.

Além disso, a taxa de letalidade por Covid-19 em Juiz de Fora é maior do que a observada em Minas Gerais e no Brasil. Em 14 de novembro, este índice era de 3,44%. Apesar de representar uma redução em comparação com as semanas epidemiológicos anteriores, em Minas, o percentual era de 2,49%. Já no Brasil, a taxa estava a 2,83%.

‘Nós nunca abandonamos a primeira onda’

Segundo os pesquisadores, Juiz de Fora ainda não atende critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS) para que a pandemia seja considerada “sob controle” na cidade. Essas avaliações envolvem: redução de pelo menos 50% do número semanal de novos casos por um período de três semanas desde o último pico e com redução de forma contínua nestas três semanas; redução do número de vidas perdidas por pelo menos três semanas sucessivas e valores do índice de transmissão (Rt) menores que 1 persistentemente por pelo menos duas semanas.

Por meio da UFJF, a pesquisadora Isabel Leite, uma das autoras da nota, reforçou a necessidade das medidas de segurança para Covid-19, como o isolamento social, caso possível; o uso de máscaras de forma correta e o distanciamento. De acordo com a especialista, tais práticas “têm sido claramente abandonadas por parte da população”.

“Todos nós estamos desejosos para voltar a frequentar espaços e encontrar pessoas da forma que fazíamos antes. Mas estamos vivendo, e não só em Juiz de Fora, o que alguns pesquisadores apontam como possivelmente a segunda onda da Covid-19 no Brasil. A questão é que, em nosso país, nós nunca abandonamos a primeira onda: mantivemos uma certa estabilidade, mas sempre com números altos de internações e óbitos. Simplesmente parece que estamos vivendo um segundo pico que convive, ao mesmo tempo, com essa primeira onda da qual não havíamos nem saído”, afirma.

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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