Minas aguarda distribuição de testes rápidos pelo Ministério da Saúde

Teste detecta se há anticorpos presentes no sangue do paciente, a partir do sétimo dia de contágio; se for positivo, resultado indica que pessoa teve contato com o vírus (Foto: Fernando Priamo)

O Governo de Minas Gerais aguarda a distribuição, pelo Ministério da Saúde, dos testes rápidos para diagnosticar o coronavírus em profissionais da área da saúde e agentes de segurança – como policiais, bombeiros e guardas civis -, que estejam com sintomas da doença. No início da semana, o Governo federal anunciou o recebimento de 500 mil unidades do exame, que serão partilhadas entre todos os estados. Os testes integram o primeiro lote, de um total de cinco milhões de unidades, adquiridos pela Vale e doados ao Governo federal. O restante dos testes rápidos deve chegar ao Brasil ainda no mês de abril.

De acordo com o Ministério da Saúde, a distribuição dos testes deve ocorrer na próxima semana. Antes disso, eles irão passar por análise de qualidade pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). “A análise de qualidade de todos os insumos adquiridos pelo Ministério da Saúde é praxe para garantir a segurança do produto”, informou a pasta. O teste rápido será indicado apenas entre o sétimo e décimo dia após manifestação dos sintomas do coronavírus, como febre e tosse. O exame, no entanto, não é recomendado para uso geral da população, uma vez que não consegue detectar o início da doença.

Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (1º de abril), o secretário de Estado de Saúde (SES-MG), Carlos Eduardo Amaral, respondeu a um questionamento da Tribuna sobre como se dará o fornecimento dos testes em Minas Gerais e se Juiz de Fora seria contemplada com as unidades. Amaral explicou que a pasta ainda aguarda o Ministério da Saúde para definição desta distribuição. “O que nós temos, hoje, é realmente a indicação do Ministério da Saúde, que ele irá adquirir testes rápidos para a identificação da Covid-19, e que esses testes serão distribuídos para os estados. Qual o momento que esses testes serão distribuídos e a indicação que o Ministério da Saúde terá, ainda está por ser definida.”

Detecção de anticorpos

Na prática, o teste rápido funciona por meio da medição de glicemia no sangue. A partir de uma gota de sangue coletada, será possível detectar a presença de anticorpos IgG e IgM, que são as defesas produzidas pelo corpo humano contra o coronavírus. Os resultados destes exames saem entre 15 e 30 minutos.

“Você teve a gripe, que pode ser de qualquer vírus, e, no sétimo dia, a gente fala se a gripe que você está ou que já acabou era causada pelo coronavírus. Esse teste vai ser fundamental para a gente saber se aquela enfermeira, aquele médico ou o profissional de segurança, que teve uma gripe ou que está com uma gripe, testou positivo para coronavírus. Se sim, vamos tratar de um jeito. Se não, poderá retornar ao trabalho”, explicou o ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, por meio da assessoria da pasta.

O secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, durante a coletiva, chamou a atenção, também, para a diferença entre os testes rápidos e os de Proteína C Reativa (PCR), uma vez que identificam anticorpos já gerados pelo vírus, ou seja, eles têm o objetivo de saber se a pessoa já teve ou não contato com o vírus em algum momento. “Esses testes serão importantes para uma fase um pouco mais avançada da epidemia, quando começarmos a pensar em afrouxar ou modificar as medidas de isolamento. Por isso, o Ministério da Saúde já está sinalizando a distribuição dos testes aos estados. Além disso, também buscando a aquisição desses itens, pois precisaremos ter um pouco mais de segurança sobre quem já teve contato com a Covid-19 e está protegido, e aqueles que não tiveram contato ainda e precisam de cuidados. Do ponto de vista técnico, não achamos interessante a utilização desta metodologia neste momento”, disse.

O Governo de Minas Gerais aguarda a distribuição, pelo Ministério da Saúde, dos testes rápidos para diagnosticar o coronavírus em profissionais da área da saúde e agentes de segurança – como policiais, bombeiros e guardas civis -, que estejam com sintomas da doença. No início da semana, o Governo federal anunciou o recebimento de 500 mil unidades do exame, que serão partilhadas entre todos os estados. Os testes integram o primeiro lote, de um total de cinco milhões de unidades, adquiridos pela Vale e doados ao Governo federal. O restante dos testes rápidos deve chegar ao Brasil ainda no mês de abril.

De acordo com o Ministério da Saúde, a distribuição dos testes deve ocorrer na próxima semana. Antes disso, eles irão passar por análise de qualidade pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). “A análise de qualidade de todos os insumos adquiridos pelo Ministério da Saúde é praxe para garantir a segurança do produto”, informou a pasta. O teste rápido será indicado apenas entre o sétimo e décimo dia após manifestação dos sintomas do coronavírus, como febre e tosse. O exame, no entanto, não é recomendado para uso geral da população, uma vez que não consegue detectar o início da doença.

Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (1º de abril), o secretário de Estado de Saúde (SES-MG), Carlos Eduardo Amaral, respondeu a um questionamento da Tribuna sobre como se dará o fornecimento dos testes em Minas Gerais e se Juiz de Fora seria contemplada com as unidades. Amaral explicou que a pasta ainda aguarda o Ministério da Saúde para definição desta distribuição. “O que nós temos, hoje, é realmente a indicação do Ministério da Saúde, que ele irá adquirir testes rápidos para a identificação da Covid-19, e que esses testes serão distribuídos para os estados. Qual o momento que esses testes serão distribuídos e a indicação que o Ministério da Saúde terá, ainda está por ser definida.”

Detecção de anticorpos

Na prática, o teste rápido funciona por meio da medição de glicemia no sangue. A partir de uma gota de sangue coletada, será possível detectar a presença de anticorpos IgG e IgM, que são as defesas produzidas pelo corpo humano contra o coronavírus. Os resultados destes exames saem entre 15 e 30 minutos.

“Você teve a gripe, que pode ser de qualquer vírus, e, no sétimo dia, a gente fala se a gripe que você está ou que já acabou era causada pelo coronavírus. Esse teste vai ser fundamental para a gente saber se aquela enfermeira, aquele médico ou o profissional de segurança, que teve uma gripe ou que está com uma gripe, testou positivo para coronavírus. Se sim, vamos tratar de um jeito. Se não, poderá retornar ao trabalho”, explicou o ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, por meio da assessoria da pasta.

O secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, durante a coletiva, chamou a atenção, também, para a diferença entre os testes rápidos e os de Proteína C Reativa (PCR), uma vez que identificam anticorpos já gerados pelo vírus, ou seja, eles têm o objetivo de saber se a pessoa já teve ou não contato com o vírus em algum momento. “Esses testes serão importantes para uma fase um pouco mais avançada da epidemia, quando começarmos a pensar em afrouxar ou modificar as medidas de isolamento. Por isso, o Ministério da Saúde já está sinalizando a distribuição dos testes aos estados. Além disso, também buscando a aquisição desses itens, pois precisaremos ter um pouco mais de segurança sobre quem já teve contato com a Covid-19 e está protegido, e aqueles que não tiveram contato ainda e precisam de cuidados. Do ponto de vista técnico, não achamos interessante a utilização desta metodologia neste momento”, disse.

Governo estadual ampliará capacidade em Minas

Durante a entrevista coletiva, o secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, anunciou um reforço no diagnóstico dos casos de coronavírus em Minas. Além dos laboratórios credenciados que já realizam o processamento dos exames, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) passará a realizar os testes a partir desta quinta (2). “Além da capacidade operacional da Funed, estamos iniciando uma rede de laboratórios no estado, e a UFMG vai fazer parte disso. Com isso, buscamos realizar mais diagnósticos da população mineira. Atualmente, os exames realizados no estado são por diagnósticos via PCR, ou seja, é analisada a presença do vírus na mucosa e nas secreções nasais do paciente. Com o PCR, identificamos as pessoas que têm a presença do vírus, confirmando como positivo para o coronavírus”, explicou.

O Ministério da Saúde também anunciou, no início da semana, que distribuiu mais de 54 mil testes de biologia molecular, chamados de RT-PCR, para laboratórios públicos de todo o país. Ao contrário dos testes rápidos, que só diagnosticam a doença após manifestação de sintomas, estes exames identificam o coronavírus ainda no início. Entretanto, eles serão usados para diagnosticar casos graves internados. A Fiocruz deve entregar mais 40 mil testes RT-PCR. “Devido à escassez mundial de insumos, a Fiocruz readequou o calendário de entregas ao Ministério da Saúde. Será 1,5 milhão de testes por mês, entre os rápidos e moleculares”, apontou a pasta.

‘Medidas mais eficazes baseiam-se em testagem ampla’

Para conter a pandemia e regular o regime de isolamento social, o ideal seria a ampliação na realização de testes para assegurar quem precisaria ficar isolado ou não, de acordo com o infectologista Rodrigo Daniel de Souza. “As medidas mais eficazes baseiam-se em testagem ampla”, aponta.

“Principalmente agora, chegando essa época, tem muitos quadros que podem se confundir. As pessoas podem ter resfriado ou gripe que não seja coronavírus, mas um quadro por influenza mesmo. A partir do momento que tivermos testes que consigam determinar se a pessoa tem ou não tem, isso possibilita que a gente mude um pouco a estratégia.”

Conforme o especialista, a testagem em casos mais graves faz parte de uma estratégia do plano de contingência da doença justamente devido a falta de testes para todos. “As pessoas que podiam estar trabalhando acabam ficando afastadas porque estão em isolamento. Até os profissionais de saúde: imagina se todo profissional de saúde começar a ter tosse agora. Vai mandar todos para casa, e quem vai cuidar dos pacientes”?

Desta forma, Souza avalia como positivo os testes rápidos para os profissionais de saúde e de segurança pública, que serão distribuídos pelo Ministério da Saúde. “O padrão é afastar as pessoas por incapacidade de trabalhar. Mas o afastamento da Covid-19 não é só pela incapacidade de trabalharmos, e sim também pelo risco de a pessoa transmitir o vírus para outra”, explicou. “Se tiver alguns tipos de exames para profissionais, a gente consegue ver se está eliminando vírus ou não, se ele realmente teve ou não teve. A partir disso, a gente consegue trabalhar melhor, então todos os esforços, hoje, deveriam estar voltados, principalmente, para conseguir exames.”

Laboratórios de JF poderão realizar exames

No início da semana, o Laboratório Côrtes Villela recebeu testes rápidos para serem realizados em pacientes que apresentem sintomas do coronavírus. De acordo com a clínica de análises, o objetivo é realizar os exames em larga escala a partir da próxima semana, quando receberão novas unidades. O teste detecta a doença por volta do sétimo dia de contágio, que coincide com o início de manifestação dos sintomas. A partir da detecção de anticorpos (IgG), o resultado fica disponível depois de cerca de 30 minutos. O laboratório não está exigindo receitas médicas para realização de testes rápidos, sendo o documento necessário apenas para realização de testes de biologia molecular (RT-PCR).

O Lemos Laboratório será outra unidade em Juiz de Fora a oferecer testes para a identificação do coronavírus (Covid-19). Conforme o diretor técnico do laboratório, Lucio Lemos, a unidade é capaz de conduzir os exames por meio da técnica RT-PCR. O diretor explica que o laboratório tem a capacidade de atender demanda de até 600 testes por dia.

“Estamos aguardando chegar ao Brasil os kits, que serão distribuídos aos laboratórios do país, inclusive aos públicos. Com isso, iremos aguardar a solicitação do governo para que a gente inicie o serviço”.

A previsão, de acordo com Lemos, é que os kits cheguem ao país somente nesta sexta-feira (3). Portanto, o início do atendimento em Juiz de fora ainda pode demorar, pelo menos, duas semanas.

Apesar disso, o diretor técnico ressalta a importância e a agilidade dos testes RT-PCR. “Esse teste é realizado, normalmente, no momento em que o paciente está apresentando sintomas, ou com aquele indivíduo que, apesar de não ter sintoma, pode estar liberando o vírus por ter tido contato com paciente sintomático; então, quando você detecta rapidamente um paciente positivo que chegou ao hospital ou no posto, você consegue ter um controle da pessoa, isolá-la e detectar também, dentro dos contatos dela, outros possíveis transmissores. E isso de forma rápida”. De acordo com ele, o teste consiste em detectar o RNA do vírus (material genético), e, com apenas cinco cópias de vírus em 2 ml de material coletado, já é possível a detecção. O diretor técnico ressalta ainda que os resultados ficarão prontos em 24 horas e serão definitivos, ou seja, não precisarão de contraprova. Com o serviço, o laboratório poderá atender demandas das redes pública e privada de saúde.

Outras iniciativas
No último dia 25, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) anunciou que poderá realizar testes para Covid-19. Em Juiz de Fora, a empresa possui três equipamentos RT-PCR e seis profissionais treinados para operá-los com o nível de segurança que a ação exige. A expectativa da empresa é ter capacidade para realizar até 1.100 análises por dia, com escala de trabalho de 24 horas. Para realização dos exames, a Embrapa ainda aguarda, entretanto, orientações do Ministério da Saúde, que irá articular com as autoridades da região a definição dos procedimentos.

Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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