Morre aos 98 anos o empresário Domingos Delmonte

Faleceu na manhã desta segunda-feira (4), aos 98 anos, o empresário juiz-forano Domingos Delmonte. Conhecido pela rede de calçados que leva seu sobrenome e pelas lojas Arpel, administradas pela família, ele foi internado no Hospital Monte Sinai há uma semana e morreu por falência múltipla dos órgãos. O velório acontece a partir das 13h30 desta segunda na capela 4 do Cemitério Parque da Saudade, e o sepultamento está marcado para as 10h de terça (5). Devido ao luto, estão fechadas as lojas Arpel, na esquina da Rua Halfeld com a Avenida Rio Branco, e a Delmonte 388, na Rua Marechal Deodoro, inaugurada por Domingos em 1943 e onde ele podia ser visto trabalhando até o mês passado. “Ele ainda estava ativo, mas já debilitado”, informou à Tribuna o filho Eduardo Delmonte. Segundo ele, as demais lojas da família, que funcionam em shoppings ou centros comerciais, permanecem abertas.

“Filho falar de pai é difícil, mas ele representou um divisor de águas. É uma pessoa que vai deixar uma lacuna muito grande. Teve representatividade na luta da minoria no comércio. É o maior legado que ele deixou”, completa Eduardo, que havia perdido há cerca de um ano a mãe Maria, companheira de vida de Domingos. O empresário também deixou os filhos Ana Maria, Flávia, Eliane e João. Morreu sem realizar o sonho de ser tataravô, mas viveu a alegria de conhecer pelo menos 14 netos e 11 bisnetos.

Em entrevista a Cesar Romero em agosto de 2017, sob o título “aos 96 anos, ainda vendendo sapatos”, Domingos lembrou ter herdado de seu pai não só o conhecimento de fabricar calçados, mas também o espírito empreendedor e a preocupação em atender bem os fregueses. “Tanto em 1921 quanto em 1943 e hoje, a venda de sapato é resultado de mercadoria boa, bom preço e respeito ao consumidor”, resumiu, lembrando as datas de quando ele e seu pai começaram no comércio. Além da rede de calçados, o empresário criou o Del Center, primeiro complexo vertical de varejo da cidade, com seis andares, que mais tarde tornou-se Central Shopping e hoje é o Central Hall.

Questionado na época sobre a disposição de aos 96 anos ainda “bater ponto” na Delmonte 388, ele respondeu: “Não há segredo e sim o prazer de fazer o que gosta, saber fazer, sonhar e agradecer a saúde que me proporciona concretizar meu idealismo”. Também pioneiro na venda a crediário por meio de carnês, Domingos Delmonte revelou ter se inspirado em anotações do próprio pai. Fã de Marlon Brando, Ingrid Bergman, Roberto Carlos e Maria Bethânia, o empresário despediu-se da entrevista falando do seu amor ao mar, ao trabalho e à família. “A todos que comigo conviveram, e os que ainda convivem, obrigado e que Deus os proteja.”

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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