Número de hospitalizações por Covid-19 cai 30% em JF

Informações disponibilizadas pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), por meio do painel gerencial de dados da Covid-19, mostram que, ao longo da última semana, o número de pessoas hospitalizadas em decorrência de suspeita ou diagnóstico da doença tem diminuído de forma gradual na cidade.

Entre 27 e 30 de julho (últimas segunda e quinta-feiras), conforme apontam os dados, o número de hospitalizados em ‘leitos Covid’ (tanto em tratamento intensivo quanto em enfermaria) caiu de 178 para 146. Na sexta-feira (31 de julho) houve novo aumento e, em sua totalidade, Juiz de Fora registrou 146 casos de hospitalização devido ao coronavírus.

Nesta segunda-feira (3), no entanto, as informações disponibilizadas pelo Município apontavam que, até as 19h, havia um total de 126 pessoas internadas – número cerca de 30% menor que o registrado na segunda passada. Também ao longo dos últimos sete dias, a taxa de ocupação total de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) tem se apresentado estável, com o menor índice do período registrado nesta segunda: 67,03%.

O número de hospitalizações, além das taxas de ocupação de leitos, são alguns dos indicadores epidemiológicos que deverão ser levados em consideração, por exemplo, para que medidas de reabertura e flexibilização de atividades comerciais sejam adotadas.

O comportamento aparentemente mais positivo dos dados na cidade, na última semana, ocorre às vésperas da implementação da nova versão do programa estadual Minas Consciente, e pode, conforme o secretário adjunto de Saúde, Clorivaldo Rocha Corrêa, interferir nas mudanças adotadas pelo Município.

“Essas mudanças vão ocorrer, mas nós vamos continuar monitorando todo o comportamento da pandemia dentro do município. Isso não será deixado de lado. Vamos acompanhar, e a qualquer sinal de retrocesso ou piora do quadro, nós adotaremos medidas cabíveis para poder retomar o controle da pandemia. É bom destacar que qualquer decisão tomada pelo comitê de enfrentamento é tomada de forma responsável, por meio de um colegiado formado, inclusive, pelo Ministério Público, pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e por representantes de setores produtivos, além da Prefeitura.”

Nova ‘onda’ será definida na quinta

A expectativa é de que, com a nova versão do programa Minas Consciente, apresentada pelo Governo de Minas na semana, passada, Juiz de Fora migre para a onda amarela (faixa intermediária), que pressupõe a retomada de atividades, até então, paralisadas, como lojas de artigos esportivos e eletrônicos, floriculturas, autoescolas, livrarias, papelarias e salões de beleza.

Nessa etapa, bares e restaurantes poderão permitir o consumo interno, respeitando protocolos sanitários. A decisão, no entanto, só deve ser divulgada oficialmente na próxima quinta-feira (6), após reunião do Comitê Municipal de Enfrentamento ao Coronavírus.

À Tribuna, a PJF informou que vai aguardar o resultado da reunião do Comitê Estadual de Combate à Covid-19, que irá definir, entre outros assuntos, em qual onda os municípios mineiros vão se enquadrar, inclusive Juiz de Fora.

“Membros do Comitê Municipal de Enfrentamento ao Coronavírus de Juiz de Fora se reúnem na quinta-feira, às 18h, para discutir as mudanças que vão entrar em vigor a partir de sexta-feira (7)”, explica nota enviada à Tribuna. De acordo com a Administração municipal, na ocasião, o comitê municipal discutirá, por exemplo, se manterá o mesmo horário de funcionamento do comércio para todas as atividades ou se serão definidas jornadas diferenciadas por setor.

O Governo estadual, também por meio de nota enviada ao jornal, informou que a nova deliberação do programa será publicada na quinta, e passará a valer a partir de sábado (8). De acordo com o Estado, as divisões por macro e microrregiões, com as respectivas ondas, também serão anunciadas na quinta.

Dados apontam para ‘tendência de estabilização’, segundo secretário

O secretário adjunto de Saúde pontua que, embora o monitoramento dos dados tenha que ser feito de forma constante, uma vez que o cenário é dinâmico, os números das últimas duas semanas têm apontado para um cenário de estabilização da doença no município, também levando em consideração o número de novos casos e de suspeitas registrados diariamente.

“A queda no número de internações demonstra que os casos de maior gravidade, que necessitam de hospitalização, sejam eles de enfermaria ou de UTI, vêm diminuindo. Em uma primeira análise, parece que a pandemia está perdendo a força. Não podemos afirmar de forma categórica, mas os números das últimas duas semanas têm mostrado certa tendência de estabilização (do cenário epidemiológico)”, avalia.

Questionado sobre essa mudança no cenário em meio à diminuição do índice de isolamento social – nesta segunda, a taxa média de isolamento social na cidade nos últimos sete dias estava em 49,89% -, o secretário adjunto pontuou que embora o percentual de isolamento ideal é de cerca de 70%, conforme preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o índice de Juiz de Fora é “razoável” .

“A nossa taxa de isolamento social é, inclusive, acima da taxa média do estado. E se a gente for comparar com outros locais, ela é maior ainda. O que a gente precisa é que esse isolamento seja mantido. Estamos às portas de uma modificação do programa Minas Consciente, vai haver uma reabertura do setor produtivo, mas a gente não pode abandonar as etiquetas respiratórias, as regras de isolamento e de distanciamento social, para que não haja uma piora desse quadro, que hoje se mostra de uma forma estável”, pondera.

Com a previsão de que mais pessoas circulem nas ruas com a retomada de segmentos que estavam paralisados, o secretário reforça a necessidade de dar continuidade às medidas de prevenção. “Não é porque agora existe a chance de a gente reabrir outra parte do setor produtivo que as medidas de prevenção devem ser deixadas de lado.

Temos que ter atenção redobrada, já que vai haver uma maior circulação das pessoas, e se a gente não tomar cuidado, podemos retroceder. É importante que a população tenha essa consciência. Se a gente chegou até aqui foi por conta desse compromisso da população que ajudou. Precisamos desse compromisso redobrado daqui pra frente para que a gente possa avançar”, pede.

Empresas deverão seguir protocolo único do Minas Consciente

As mudanças no programa Minas Consciente, anunciadas pelo Governo do estado na semana passada, trouxeram definição de um protocolo único que devem ser adotados por todas as atividades autorizadas a atuar no novo modelo do projeto.

Até então, a Administração estadual recomendava normas específicas para segmentos distintos. Segundo o Governo, as diretrizes se agrupam em três grandes pontos de atenção: limpeza e higienização, proteção e uso de máscara, distanciamento e isolamento.

O protocolo único estabelece, por exemplo, que as empresas deverão fornecer equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados para a atividade exercida e em quantidade suficiente. Neste sentido, a disponibilização de máscara para os funcionários é obrigatória.

O item também deverá ser disponibilizado aos clientes, quando necessário. “O uso de máscara é obrigatório e deve ser disponibilizado na porta dos estabelecimentos, assim como um sistema de medição de temperatura, com restrição de entrada em caso da temperatura aferida ser superior a 37,5º”, afirma o Governo.

Também ficou definido que o horário de funcionamento deve ser dividido em três faixas: livre, início de funcionamento antes das 6h e início de funcionamento após as 11h. As empresas deverão ainda trabalhar para reduzir o fluxo e permanência de pessoas (clientes e colaboradores) dentro do estabelecimento para atingir o distanciamento de dois metros entre as pessoas e baias de trabalho; e garantir sinalização em áreas de circulação interna, incluindo espaços próximos às gôndolas, prateleiras e afins.

As novas diretrizes apontam ainda a necessidade de higienização dos pisos, depósitos, áreas de circulação, estoques, balcões, sanitários, maçanetas, torneiras, corrimões, interruptores, botões de elevadores, pisos, ralos, paredes e todas as superfícies metálicas constantemente, com desinfetantes a base de cloro para piso e álcool a 70% para as demais superfícies, no mínimo, duas vezes ao dia. Os serviços devem ser feitos respeitando a utilização dos EPIs adequados.

Grupos de risco

As novas regras reforçam que pessoas de grupo de risco devem permanecer em casa e realizar atividades a distância, o que também se aplica, preferencialmente, a quem resida com pessoas do grupo de risco. Nas situações em que funcionários apresentarem sinais ou sintomas de resfriado ou gripe, deverá ser afastado imediatamente das atividades presenciais pelo período mínimo de 10 dias, e o retorno será somente se estiver há 72 horas sem sintomas. O mesmo vale para quem teve contato próximo com caso provável ou confirmado para Covid-19.

O programa Minas Consciente foi criado para orientar a retomada segura e responsável da economia nos municípios, mas o planejamento será adequado à realidade dos municípios. Os protocolos trazem ainda regras específicas para aqueles com menos de 30 mil habitantes.

Hotéis, shoppings e salões de beleza terão regras específicas

Apesar do protocolo único, alguns segmentos deverão seguir regras distintas. Um deles é o setor hoteleiro, de hospedagem em geral e de dormitórios de empresas. Nestes casos, recomenda-se que os estabelecimentos dividam os hóspedes em quatro grupos, tendo, cada um, medidas específicas. No grupo 1, serão observados hóspedes pertencentes aos grupos de risco; no 2, os demais hóspedes; no 3, hóspedes que sejam profissionais de Saúde e pessoas em contato com indivíduos com diagnóstico confirmado de Covid-19; e no 4, hóspedes com suspeita ou diagnóstico confirmado de Covid-19.

Já para grandes espaços, como shopping centers, galerias comerciais, museus, atividades de turismo, arenas e parques, também devem ser observados protocolos específicos, inclusive aquelas referentes às lojas, quiosques, barracas, restaurantes, espaços e praças de alimentação. No caso de shoppings e galerias comerciais, o funcionamento deverá ocorrer em horário reduzido, de meio-dia a 20h.

Por fim, com relação aos salões de beleza, clínicas de estética e barbearias, os protocolos determinam que o atendimento deve ser realizado somente com horário agendado, respeitando um intervalo mínimo de 30 minutos entre os clientes para higienização e desinfecção dos mobiliários, dos equipamentos e das mãos dos colaboradores. Nestes casos, não serão permitidas a entrada de pessoas do grupo de risco e também deverá ser disponibilizado álcool 70% em gel para os clientes, bem como outra regras de proteção, limpeza e higienização.

 

 

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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