Número de pessoas vivendo com HIV em JF cresce 10%

Dados da Secretaria de Saúde de Juiz de Fora apontam aumento de 10% no número de pessoas que iniciaram tratamento contra HIV no Serviço de Assistência Especializada em HIV/Aids (SAE) na cidade nos últimos dois anos. Conforme a pasta, em 2017, 293 usuários iniciaram tratamento (91 homens e 32 mulheres); no ano seguinte, o número aumentou para 311 pessoas (126 homens e 33 mulheres); até novembro deste ano, 324 pacientes (142 homens e 45 mulheres) já tinham procurado o serviço. O aumento segue tendência nacional. Segundo o Ministério da Saúde, de 2010 para cá, houve alta de 21% no número de pessoas que vivem com o vírus no Brasil. Ainda conforme o órgão, atualmente, cerca de 900 mil brasileiros têm HIV.

Conforme o gerente do Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST/Aids), Oswaldo Alves, além de crescer o número de infectados, aumenta também o número de pessoas que estão buscando se testar para verificar se têm o vírus. Portanto, avalia o gerente, a alta nos casos é esperada. Por outro lado, Oswaldo acredita que ainda faltam informações para determinados públicos. “O número (de pessoas com HIV) tem aumentado, não por falta de informação ou campanhas. Na minha avaliação, o que está faltando hoje é conscientização em um público específico; precisamos começar a falar de HIV e de Aids mais cedo, porque o que a gente vê hoje são pessoas muito jovens sendo infectadas e, muitas vezes, não fazem ideia de que podem estar com o vírus. O que a gente espera é que possamos estar atuantes até dentro das instituições de ensino”, pondera.

Oswaldo Alves, gerente do departamento de DST/Aids, destaca a necessidade de fazer a testagem: “Muitas vezes, quem nem imagina ter HIV ou alguma DST, tem.” (Foto: Olavo Prazeres/Arquivo)

Além disso, segundo o gerente, o departamento da Secretaria de Saúde também trabalha com busca ativa, procurando atingir a população em situação de rua e outros grupos, o que pode contribuir para o aumento dos registros. “Nós trabalhamos levando informação, buscando atingir diferentes públicos. Com isso, a gente incentiva a pessoa a fazer a testagem, porque nem todo mundo conhece o serviço. Cada vez que a gente orienta um grupo de pessoas, recebemos novas pessoas para teste. Com isso, o número de pessoas com HIV e doenças sexualmente transmissíveis pode aumentar. Muitas vezes, quem nem imagina ter HIV ou alguma DST, tem.”

Testar-se, na avaliação de Oswaldo, seria, portanto, uma política de prevenção para que novos casos de HIV pudessem ser evitados. “Através da testagem e do diagnóstico a gente faz o tratamento. As pessoas que aderem ao tratamento e mantêm a sua carga viral indetectável não transmitem o HIV. Então, isso é uma barreira de proteção, uma forma de prevenção. Por isso é muito importante a pessoa que teve possibilidade de exposição e risco ao vírus, faça o teste e inicie o tratamento caso o diagnóstico seja positivo.”

O teste rápido do HIV pode ser feito com uma pequena amostra de sangue, obtida por meio de uma picada no dedo da pessoa. Em Juiz de Fora, os testes e diagnóstico podem ser realizados de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), localizado no Centro de Vigilância em Saúde, na Avenida dos Andradas 523, Morro da Glória. Conforme Oswaldo, o teste é sigiloso e precisa ser agendado. Além do diagnóstico e da dispensação de medicamentos, o SAE oferece tratamento multidisciplinar para os usuários, com tratamento médico, psicológico, social, odontológico e de enfermagem.

Tratamento e prevenção

O tratamento contra o HIV é feito por meio de antirretrovirais. No entanto, existem outros medicamentos que podem evitar a contaminação pelo vírus, se administrados de modo e no período adequados. “Hoje em dia, mesmo que a pessoa tenha tido uma relação sexual desprotegida, por exemplo, há a possibilidade de se entrar com a medicação e evitar a contaminação do vírus. Temos a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP) e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP)”, explica a residente do Programa de Residência em Saúde da Família do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU/UFJF), Mariana Galvão.

Conforme o Ministério da Saúde, a PEP é o uso de medicamentos antirretrovirais por pessoas após terem tido um possível contato com o vírus HIV em situações como violência sexual, relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com rompimento da camisinha) e acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou em contato direto com material biológico). Para funcionar, a PEP deve ser iniciada logo após a exposição de risco, em até 72 horas, e deve ser tomada por 28 dias. É importante observar que a PEP não serve como substituição à camisinha.

Já a PrEP é o uso preventivo de medicamentos antes da exposição ao HIV, reduzindo a probabilidade da pessoa se infectar com vírus. A PrEP deve ser utilizada quando a pessoa pode ter alto risco para adquirir o HIV. Os públicos prioritários para PrEP são as populações-chave, que concentram a maior número de casos de HIV no país: gays e outros homens que fazem sexo com homens; pessoas trans; trabalhadores/as do sexo e parcerias sorodiferentes (quando uma pessoa está infectada pelo HIV e a outra não). A PrEP não é para todos e também não é uma profilaxia de emergência, como é a PEP.

Segundo a enfermeira, existe a recomendação de prevenção combinada (ver quadro), que associa diferentes métodos de prevenção ao HIV. “Existe o que a gente chama de mandala combinada de prevenção ao HIV, que combina diferentes métodos biomédicos e que também envolvem a necessidade de se ter políticas públicas que garantam o acesso destas pessoas aos tratamentos e à prevenção. Além dos medicamentos e de acesso à profilaxia, precisamos garantir, por exemplo, prevenção à transmissão vertical (de mãe para filho). Tem estados brasileiros e alguns países que já tem zerado esse tipo de transmissão. Para isso, é preciso, por exemplo, acesso a um pré-natal de qualidade. Também é muito importante que qualquer pessoa que tenha vida sexual ativa tenha práticas sexuais seguras, e faça uso de camisinha e lubrificante”, pontua.

Maioria é homem, mas HIV passa por processo de feminização

Segundo dados do DST/Aids, a maioria de casos detectados em Juiz de Fora é em homens com idade entre 15 e 35 anos, também seguindo tendência verificada em todo o país. Apesar disso, a quantidade de mulheres detectadas também tem ficado maior a cada ano. A enfermeira Mariana Galvão observa que existe hoje um processo de “feminização do HIV”. “Muitos casos de HIV têm acontecido dentro de relacionamentos considerados monogâmicos. Muitas mulheres heterossexuais se contaminam dentro destas relações. Portanto, a questão da contaminação de HIV é mais complexa. Se essa mulher se sente vulnerável e cobra uso de camisinha, por exemplo, a desconfiança pode recair sobre ela. Então a gente tem que discutir outros temas, como o machismo, por exemplo, para que se pense as formas de contaminação. Não é um vírus que acomete somente homens gays, como a maioria pensa”, pontuou.

Conforme a enfermeira Mariana Galvão, o HIV atinge cada vez mais mulheres e passa por um processo de feminização (Foto: Arquivo pessoal)

Ainda conforme a enfermeira, é preciso discutir outros aspectos que envolvem o sexo. “A grande questão é a forma como a gente faz sexo. E isso é difícil, porque não falamos sobre isso. O HIV lida com dois grandes tabus da sociedade, que são sexo e morte. Mas não discutimos isso, por exemplo, na sala de aula. É, inclusive, proibido. E o desdobramento dessa falta de discussão e sensibilização também tem como consequência o aumento no número de casos”.

Para a enfermeira, é preciso que haja contextualização quando se trata de dados relacionados ao HIV. “É muito difícil fazer uma leitura epidemiológica de dados relacionado ao HIV. Ao mesmo tempo em que há um aumento de casos detectados, as pessoas começam a se tratar. O tratamento adequado e constante faz com que a pessoa possa se tornar indetectável, além do que ela vai estar ciente de que tem o vírus e não irá infectar outras pessoas. A grande questão ainda é quem tem HIV, mas não sabe. É preciso que haja conscientização nesse sentido, as pessoas precisam se testar.”

HIV não é Aids

A enfermeira do Programa de Residência em Saúde da Família do HU, Mariana Galvão, chama atenção para a necessidade da diferenciação entre HIV e Aids. “Muita gente ainda confunde”. Ela explica que a Aids é uma síndrome que pode ser causada a partir do vírus HIV, mas que a pessoa infectada pelo vírus não necessariamente terá Aids. “O HIV é um vírus que enfraquece o sistema imunológico, levando, em último caso, à Aids. A diferença de uma pessoa soropositiva (infectada com HIV) para uma com Aids é que uma tem o vírus e a outra tem a doença que o vírus provoca, respectivamente. Por isso é importante que a pessoa faça o tratamento e tenha apoio. Se esse processo é interrompido, a doença pode progredir.”

Na avaliação da profissional, a distinção entre a síndrome e o vírus é uma importante informação para que as pessoas não reforcem preconceitos que já deveriam ter sido superados e que estigmatizem pessoas soropositivas. “Ainda temos violências simbólicas muito fortes. Parte das pessoas acha que que quem tem HIV tem Aids, e que a doença vai pular de uma pessoa para outra. Ainda temos pessoas que têm medo de compartilhar talheres com pessoas soropositivas. Há mesmo pessoas que questionam se podem utilizar o mesmo vaso sanitário que um membro da família com HIV, por exemplo. Por isso, informação é fundamental.”

As formas de transmissão do HIV se dão por meio de sexo sem camisinha, compartilhamento de agulha ou seringa com portadores de HIV, transfusão de sangue com presença do vírus, instrumentos diversos (hospitalares, piercing, manicure) não esterilizados, e de forma vertical, de mãe soropositiva para o filho durante a gestação, parto ou amamentação.

Preconceito afeta dignidade de quem vive com HIV

Pesquisa recente do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) revelou que a maioria das pessoas que vive com HIV e com Aids no Brasil já passou por pelo menos alguma situação de discriminação ao longo de suas vidas. A investigação foi feita com 1.784 pessoas, em sete capitais brasileiras, entre abril e agosto de 2019. Os dados fazem parte do índice de estigma em relação às pessoas vivendo com HIV/Aids-Brasil, realizado pela primeira vez no país.

De acordo com a pesquisa, 64,1% das pessoas entrevistadas já sofreram alguma forma de estigma ou discriminação pelo fato de viverem com HIV ou com Aids. Comentários discriminatórios ou especulativos afetaram 46,3% delas, enquanto 41% do grupo diz ter sido alvo de comentários feitos por membros da própria família. O levantamento também evidencia que muitas destas pessoas passaram por outras situações de discriminação, incluindo assédio verbal (25,3%), perda de fonte de renda ou emprego (19,6%) e até mesmo agressões físicas (6%).

Neste mês, marcado pelo Dia Mundial de Luta Contra a Aids, no dia 1º de dezembro, a Tribuna ouviu duas pessoas que adquiriram o vírus em diferentes circunstâncias. Além do que aponta a pesquisa da Unaids, o medo, a preocupação em relação à reação das outras pessoas, o silenciamento e a exclusão social foram citados pelos entrevistados como os principais fatores que afetam a dignidade de quem vive com HIV.

Em sua dissertação de mestrado “A gestão cotidiana e a dignidade humana de quem vive com HIV: um estudo à luz da teoria das representações sociais”, a enfermeira Mariana Galvão também constatou tais evidências. Ela entrevistou 12 homens e mulheres com HIV, usuários do SAE. A pesquisa qualitativa investigou quais eram os pensamentos da pessoa que se descobre soropositiva. “Percebemos que o momento da descoberta sempre traz representações sociais ligadas à morte e ao sofrimento, aquela ideia antiga da Aids. Quando falamos sobre viver com HIV, o discurso fica ambíguo, pois os pacientes trazem a normalidade e a boa expectativa de vida, devido ao medicamento antirretroviral, mas também relatam o preconceito e o estigma como os principais componentes que violam a dignidade humana”.

Desafios

Na percepção da enfermeira, a falta de debate e conhecimento sobre o tema é um dos principais dificultadores do enfrentamento ao vírus e à infecção. “A gente tem muito o que avançar em relação ao social do HIV, acho que isso que impede de erradicar a transmissão do vírus no mundo. Nós temos tratamento, conseguimos chegar à indetecção, aumentou-se a expectativa de vida destas pessoas, mas por que ainda a transmissão não está erradicada? Eu acho que é devido às questões sociais, à desinformação; as pessoas pegam o HIV e nem sabem. O estigma é pior que o tratamento; faz a pessoa sofrer muito mais do que pelo vírus. E erradicar a transmissão demanda não somente o cuidado biológico, mas o psíquico, espiritual e social.”

Para ela, são muitos desafios a serem superados para que o índice de pessoa infectadas diminua. “É necessário uma transformação ampla e profunda na sociedade. Faltam políticas de sensibilização e precisamos avançar. Trabalhar isso nas escolas é importantíssimo, não é incentivar. Se todo mundo, ou a maior parte das pessoas, irá fazer sexo um dia, precisamos falar e mostrar o que isso envolve.”

“As pessoas se afastam e isso dói muito”

Quando recebeu diagnóstico positivo para a sorologia, em outubro de 2016, o redator Guilherme Freire Montijo, 25, viveu essa ambiguidade. “No começo foi muito complicado, fiquei sem saber o que fazer, mas comecei a procurar informações, saber o que era melhor, como era o tratamento. Também não era uma coisa totalmente alheia, até porque eu tenho uma pessoa próxima a mim que vive com HIV. Eu sabia que não era como na década de 1980, que muitas pessoas morriam em decorrência de Aids. Por outro lado, eu sabia da discriminação. Eu sofri porque eu teria que encarar, a partir daquele momento, socialmente o preconceito. Foi difícil depois de me assumir soropositivo porque as pessoas se afastam e isso dói muito”, relata.

Guilherme, no entanto, começou a falar publicamente sobre o HIV em 2018. “Passei dois anos escondendo o que eu era. No começo, só minha família e amigos muito próximos a mim sabiam. Essas pessoas em momento nenhum se afastaram de mim, me abraçaram muito e isso foi muito importante. Mas uma coisa é sua família e amigos saberem, e outra é você não ter que se esconder, porque eu me escondia”.

Até assumir-se soropositivo, o silenciamento de Guilherme o sufocava. “Eu vivia com medo de alguém me ver no SAE. Quando eu já frequentava o local para o tratamento, sempre ficava esperando no setor em que as pessoas aguardam para fazer a testagem. Era uma estratégia para que, se alguém conhecido me visse, eu pudesse dizer que só estava me testando. Quando eu ia buscar o remédio também me sentia muito exposto. Em um dia eu não tinha levado sacola para colocar as caixas de medicamento e fiquei desesperado pensando em como eu iria embora, de ônibus, com esses medicamentos. Todo mundo iria ver. Foi nesse momento em que eu sentei do lado de fora do prédio e comecei a chorar. Uma moça passou e perguntou o que tinha acontecido e eu só sabia pedir a ela uma sacola. Foi muito triste”, contou.

Após este período, o redator resolveu parar de “se esconder”. “Apesar de continuar tendo situações em que eu vejo discriminação e preconceito, eu acho que agora eu estou mais seguro e me sentindo bem. Hoje eu luto para que as pessoas conheçam (sobre o HIV), converso com as pessoas e vejo que tem muita gente que não sabe mesmo. Esse papo é bom porque desconstrói muita coisa. Hoje é possível viver com o vírus e ser indetectável. Isso nos dá a segurança de que não oferecemos risco a ninguém. O que a gente precisa é de acesso à informação, porque, apesar disso, as pessoas continuam tendo medo. Então, precisamos de uma linguagem clara, aberta, campanhas eficientes para atingir principalmente os jovens, mas também todas as outras pessoas. Tem muita gente que acha que HIV é coisa de gay e de mulher dita promíscua, o que não é verdade. Todas as pessoas com vida sexual ativa correm riscos. A falta de informação leva à discriminação e ao estigma. Ainda temos muita dificuldade de falar sobre sexo e a falta desse debate aberto impacta o que a gente vive no Brasil, com aumento no índice de HIV”, avalia.

“O que o estigma acarreta na pessoa soropositiva é a morte”

Aos 11 anos, uma estudante de Psicologia que não quis ser identificada recebeu da mãe a notícia de que o tratamento feito ao longo dos seus poucos anos era para impedir a multiplicação do HIV no organismo. Descobrir-se soropositiva foi um baque na vida da jovem, hoje com 24 anos. Ela conta que se infectou de forma vertical, durante a amamentação, enquanto ainda era bebê. “Foi e ainda é difícil. Por volta dos meus 15 anos, quando eu comecei a entender melhor sobre o HIV, me gerou uma revolta grande saber que eu tinha algo que não pude evitar. Hoje eu lido um pouco melhor, até porque estou em uma graduação em Psicologia, então a gente começa a entender melhor as coisas, amadurecer. Em casa eu tenho aceitação. Minha família é bem estruturada, tenho minha mãe, madrinha e irmãs, que me apoiam.”

Segundo relata a estudante, o HIV foi transmitido pela mãe, infectada pelo pai. “Meu pai teve relações fora do casamento e adquiriu HIV, mas não sabia da sua soropositividade. Minha família só soube quando ele morreu. Na época, minha mãe já me amamentava há um ano.”

Apesar de “levar uma vida normal, ser indetectável e não oferecer riscos para as pessoas”, a jovem se diz com dificuldades de assumir-se soropositiva por receio de ser rejeitada. “Tenho medo das pessoas evitarem meu consultório quando eu entrar no mercado de trabalho, por exemplo, medo de na rua alguém olhar e se afastar. Minha sorologia não é exposta, ainda tenho dificuldade em falar sobre isso. Algumas pessoas para quem eu contei e que tentei me relacionar se afastaram. Já sofri agressão física uma vez, além de humilhação. Isso, somado ao medo de transmitir para alguém, me gerou negação. E você negar algo gera muito mais sofrimento do que se aceitar. Muitas das vezes já não conseguia seguir o tratamento, negava que tinha, e nisso eu ia me matando. O que o estigma acarreta na pessoa soropositiva é a morte. Não é nem o vírus em si, mas o que ele causa socialmente”.

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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