O adeus de uma lenda carijó: morre Moacyr Toledo

Moacyr Toledo, o Toledinho: uma lenda carijó (Foto: Leonardo Costa)

Faleceu nesta terça-feira (13), com 87 anos, o maior ídolo da história do Tupi, Moacyr Toledo, o Toledinho. O corpo será velado no terceiro andar da Câmara Municipal a partir das 18h desta terça. Às 10h desta quarta (14), o corpo será conduzido até o Cemitério Municipal, onde será sepultado. Já viúvo, ele deixa três filhos, sete netos e um bisneto.

Ídolo alvinegro, Toledinho estava internado na Santa Casa de Misericórdia desde o último sábado e morreu de insuficiência respiratória.

“O maior nome da história do Tupi”

Com 565 partidas e 201 gols marcados entre as décadas de 1950 e 1970, sendo 159 em jogos oficiais e outros 42 durante amistosos, Toledo foi o jogador que mais vestiu a camisa do Tupi na centenária história alvinegra. Tendo atuado tanto como ponta-esquerda, quanto como meio campista, o ídolo carijó também foi o atleta que mais conquistou títulos pelo clube, com 31 troféus erguidos.

Com início aos 16 anos no clube e, estreia pelos profissionais um ano depois, Toledinho atuou, ao todo, por 21 anos no Tupi, e somente no Alvinegro de Santa Terezinha. Defendeu o preto e branco nas quatro linhas de 1951 a 1969 e, depois, em 1975 e 1976.

O ídolo alvinegro ainda foi supervisor, auxiliar técnico, treinador da base e do profissional do Galo, além de administrador do Estádio Salles Oliveira, em Santa Terezinha. Nos últimos anos trabalhava nos cuidados do Estádio Municipal Radialista Mário Helênio.

Pesquisador, torcedor icônico carijó e filho de Eurico, atleta também falecido que autou ao lado de Moacyr Toledo, o alvinegro Léo Lima buscou dimensionar a importância de Toledinho ao Tupi. “Ele foi, com certeza, eu que gosto e pesquiso a história do Tupi, o maior nome da história do Tupi, contando jogadores, técnicos, todos. Digo que existe uma era no Tupi antes e depois do Toledo. Ele dedicou sua vida ao clube, é quem mais jogou, fez gols, ganhou canecos pelo clube. Só jogou no Tupi. Além de tudo era torcedor carijó, apaixonado. Ele sentiu muito essa fase ruim que o Tupi está vivendo, era muito emotivo com as coisas que envolviam o clube, sempre lamentava o cenário atual do clube. Mas fica um sentimento de gratidão. Não dá para falar do Toledinho e não falar do Tupi, assim como o oposto. É uma ligação mútua e uma grande honra para nós que ele tenha atuado pelo clube. Se o Tupi está vivo, muito se deve ao Toledo.”

 

O Fantasma do Mineirão

Histórica equipe apelidada de “Fantasma do Mineirão”, com Moacyr Toledo (segundo agachado da esquerda para a direita) (Foto: Reprodução Facebook Léo Lima)

Toledo protagonizou também uma das principais eras do Tupi em campo, no popular time apelidado de “Fantasma do Mineirão”. A equipe juiz-forana ficou conhecida desta forma ao marcar história em 1966, quando bateu o Cruzeiro duas vezes – uma em Juiz de Fora, por 3 a 2, e outra por 2 a 1 no Mineirão, assim como os rivais da capital, Atlético e América, também no Mineirão e por 2 a 1.

O feito foi tamanho à época que o Tupi foi convidado pela Seleção Brasileira, que disputaria a Copa do Mundo daquele ano, na Inglaterra, para participar de um jogo-treino em Caxambu. O escrete nacional teria a presença de Djalma Santos, Bellini, Gérson, Zito, Mané Garrincha, Jairzinho e, sobretudo, de Pelé. Desta ocasião, o então ponta e meia-direita Moacyr guardava a foto, também exposta no saguão do Estádio Municipal Radialista Mário Helênio, em que divide a bola com o rei do futebol.

 

Atleta de Toledo, secretário de Esporte se emociona

Secretário de Esporte e Lazer da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), Júlio Gasparette, que foi atleta de Moacyr Toledo, enquanto o ídolo carijó era técnico alvinegro, também se emocionou. “Hoje é um dia muito triste para a cidade de Juiz de Fora, para o esporte da cidade e muito mais, ainda, para a família carijó, porque desde entendi de futebol tive a oportunidade de conhecer o cidadão, o atleta e jogador de futebol Moacyr Toledo, o Toledinho. A cidade estará de luto hoje, tenho certeza absouta. À família carijó, os nossos sentimentos e foi uma satisfação de poder não só ter conhecido, mas trabalhado com ele, vê-lo jogar futebol, ter sido meu treinador nos anos 1960 e 1970 quando fui para o Tupi Football Club. Convivi muito com ele, diariamente. Foi uma pessoa fantástica. E agora, como secretário de Esportes, tive a oportunidade de ter ele como colega, companheiro da Secretaria de Esportes com toda a equipe. Lamento muito essa perda, mas tenho a certeza de que foi um cidadão, um pai, um amigo de muitos e muitos torcedores do futebol de Juiz de Fora. Não só do Tupi, mas sei que o Sport e o Tupynambás também lamentam essa perda.”

 

 

Mais informações em instantes.

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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