Ouriço-cacheiro é resgatado em prédio no Centro de JF

Um ouriço-cacheiro, de cerca de 40 centímetros, foi encontrado por moradores no saguão de um prédio localizado na Rua Benjamin Constant, Centro, no fim da tarde dessa quinta-feira (23). Os moradores acionaram a Polícia Ambiental e o Corpo de Bombeiros, mas tiveram que esperar por algumas horas até que o resgate pudesse ser feito, em função do horário de funcionamento do serviço da polícia e dos vários focos de incêndio em atendimento pelos bombeiros.

De acordo com a moradora Marise Baesso, o animal estava agitado e andava de um lado para o outro pelo saguão do prédio. “Ele urinou e defecou e tinha sangue. Estava muito desorientado, subia e descia as grades e ia andando devagarzinho. Chegamos a pensar que pudesse ser uma fêmea, que estivesse em parto. Mas parece que não, porque era o focinho que estava sangrando.”

Bombeiros resgataram o animal e o encaminharam para atendimento clínico veterinário (Foto: Marise Baesso)

Os bombeiros chegaram ao local para fazer o resgate. Eles chegaram a usar uma caixa de papelão e contenção para capturar o animal, que liberou espinhos. Os oficiais também chegaram a usar uma capa de lona para proteção. “Imaginamos que o ouriço possa ter vindo ou da margem do Rio Paraibuna, ou da mata do Morro do Cristo. Ficamos com medo de chegar perto, por conta de alguma reação dele, mas, ao mesmo tempo, tivemos medo de que algo acontecesse com ele. De que pudesse ser atropelado, por exemplo. Chegamos a colocar água para ele, mas ele não quis.”

Em função do horário e da possibilidade de ferimento, o animal foi encaminhado pelos bombeiros para a clínica Zoovet, onde recebeu atendimento de urgência. De acordo com o médico veterinário Rômulo Barbosa de Castro, de fato, o ouriço-cacheiro tinha um corte na narina do lado esquerdo, que tinha manchas de sangue. No entanto, os exames clínicos não registraram alterações.

“Ele estava bem, esperto. O corte no nariz era pequeno e superficial. Mas não impossibilitava o seu retorno à natureza.” Segundo ele, quanto mais rápido esses animais são diagnosticados e retornam à natureza, melhor. “Se não volta rápido, ele acaba perdendo seu posto na hierarquia do grupo, ou vão para outra região, onde podem sofrer com a pressão de outro grupo”, detalha o médico.

Rômulo ainda explica que animais como o ouriço-cacheiro são comuns nos centros urbanos. Eles fazem parte da fauna sinantrópica, composta por animais que saem das matas e formam colônias dentro do espaço urbano, por conta das condições oferecidas pela atividade humana, como pombos, maritacas e ratos.

Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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