Pedestres reclamam da situação das calçadas da Avenida Brasil

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Em alguns trechos da calçada risco é ainda maior, como este em que tampa de boca de lobo está quebrada na altura do Mariano Procópio

Para vivenciar o que parte dos juiz-foranos enfrenta diariamente caminhando ou se exercitando nas calçadas da Avenida Brasil, a reportagem da Tribuna percorreu o trajeto entre os bairros Santa Terezinha e Barbosa Lage. Buracos, desníveis, mato alto e pedras soltas são alguns dos problemas enfrentados por quem passa pelo local. “Isso aqui é péssimo para se andar. Já vi uma senhora levar um tombo um pouco mais à frente de onde estamos”, relata Lenora Chaves, de 63 anos, referindo-se ao trecho na altura do Bairro São Dimas, próximo ao Shopping Jardim Norte.

Sem alternativas, diante dos perigos na calçada, há pedestres que utilizam a pista de carros e ônibus em alguns trechos e acabam se arriscando em meio ao trânsito pesado. “Tem hora que a gente precisa ir na rua para poder desviar”, confirma Francisca Almeida, 40, que trabalha nas proximidades e utiliza a via diariamente.

O corredor amador Gedair Reis, 63, utiliza a avenida há 20 anos para treinar e afirma que os problemas são de longa data. “Entra prefeito, sai prefeito, entra secretário e sai secretário, e a nossa luta continua”. Os trechos mais prejudicados, para o atleta, são os próximos à rodoviária, o Bairro Industrial e um percurso próximo ao Colégio Militar, onde, segundo ele, “não existe calçamento”.

O corredor é guia voluntário no projeto JF Paralímpico, promovido pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), através da Secretaria de Esporte e Lazer (SEL), desde janeiro de 2013, com o objetivo de propiciar a prática de exercícios físicos e a consequente melhoria na qualidade de vida das pessoas com algum tipo de deficiência. De acordo com Gedair, o trecho é um dos utilizados pelo programa, mas as irregularidades no trajeto têm dificultado os treinamentos “Para essas pessoas, a situação fica muito mais difícil. Costumo publicar nas minhas redes sociais que, na Avenida Brasil, a cada amanhecer, nós temos um novo obstáculo”.

Foto: Leonardo Costa

Um dos assistidos pelo projeto é Bruno Guedes, 29. O corredor amador tem baixa visão e utiliza a Avenida Brasil há nove anos para treinar. Segundo ele, a corrida foi um modificador em sua vida, permitindo-lhe independência. “Até 2012, eu não andava sozinho na rua e, por meio da prática esportiva, passei a reduzir minhas limitações. Minha qualidade de vida melhorou muito”, relata.

Bruno também se sente prejudicado pela atual situação das calçadas e denuncia a situação. “Quando estou voltando da Zona Norte para o Centro com o guia, para sair um pouco dos buracos, como estamos correndo na contramão, a gente usa a via em meio aos carros e aos ônibus em algumas partes e, em outros trechos, voltamos para a calçada. Ficamos nesse vai e volta”, conta sobre os riscos do percurso.

Empav fará reparos

A Empresa Municipal de Pavimentação e Urbanização (Empav) relatou que faz tapa-buracos no trecho de asfalto do passeio e que a parte gramada compõe as margens do Paraibuna, não podendo ser asfaltada, pois é uma área de preservação permanente, mas a capina é realizada pelo Demlurb.

Sobre a revitalização das margens do Rio Paraibuna, a Empav relatou necessidade de recursos externos para a ação. “Para revitalizar toda a margem, assim como a ciclovia, é preciso recursos externos devido à extensão da Avenida, o que tornaria a intervenção muito cara. Portanto, a revitalização das margens, incluindo à ciclovia, como já dito acima, depende de aporte externo”. Ainda segundo o comunicado, a Empav irá tapar buracos no trecho mencionado.

Projetos no papel

Foto: Leonardo Costa

A dificuldade de mobilidade sentida pelos pedestres e corredores, também ocorre com os ciclistas. Enquanto não possuem uma via própria de circulação, eles se expõem entre os pedestres e os carros. “Ou vamos para a rua e corremos riscos ou dividimos o espaço com as pessoas que estão no passeio”, queixa-se Fabiano Meireles, 39, que utiliza o local há dois anos para pedalar. “O ideal seria que aqui tivesse uma ciclovia, mas, se pelo menos melhorasse o percurso, no que se refere às questões de buraco e mato, já ajudaria bastante”, complementa.

A ideia de uma ciclovia ao longo da Avenida Brasil existe e está em andamento, conforme informações da assessoria da MRS Logística. Em nota à Tribuna, a concessionária que administra a malha férrea de Juiz de Fora afirma possuir uma proposta para as margens da via entre a região central e a Zona Norte. “A previsão é de que, no início do segundo semestre, tenhamos o projeto executivo pronto e, somente a partir daí, teremos todo o detalhamento necessário para avaliação do empreendimento”, complementa a empresa, por meio do comunicado.

A reportagem também entrou em contato com a Secretaria de Transporte e Trânsito (Settra) de Juiz de Fora, que confirmou a existência de um outro projeto e o desejo de concretizar espaço destinado às bicicletas na Avenida Brasil, mas relata a impossibilidade no momento. “Para a execução são necessários recursos oriundos do Governo federal, já que a administração municipal não tem condições de realizar pelo agravamento da crise financeira.”

 

 

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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