PJF monta mesa de diálogo para buscar soluções para o transporte coletivo

A Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) vai publicar, nesta terça-feira (20), um decreto que formaliza a criação de uma mesa de diálogo e de mediação de conflito para discutir, estudar e buscar soluções para o transporte coletivo urbano na cidade. O sistema é alvo de questionamentos diversos por concessionárias e profissionais que prestam o serviço, além de usuários.

Em nota divulgada pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) na noite desta segunda-feira (19), a prefeita Margarida Salomão (PT) reforça que a mesa de diálogo é uma ferramenta que está sendo utilizada desde o início do Governo em situações em que é necessário um fórum de debate sobre construção de consenso. Este é o terceiro colegiado formado pelo Executivo, que já discutiu, por exemplo, a retirada de um bloqueio de passagem de nível no Bairro Poço Rico.

“Já fizemos uma mesa sobre a situação da passagem rodo-ferroviária no Bairro Poço Rico e no momento estamos com uma mesa em andamento focando a gestão do Museu Mariano Procópio. Essa nova mesa tem como objetivo fazer uma revisão do sistema de transporte coletivo da cidade que se encontra em uma situação muito complicada, insatisfatória para o usuário e insuficiente para as empresas que estão com a sua situação econômica muito comprometida pela maneira como o negócio do transporte coletivo está estruturado”, afirmou a prefeita.

Prazo de 45 dias

O colegiado será formado por representantes de diversas áreas, sendo cinco secretarias municipais e também quadros indicados pelos consórcios Manchester e via JF; pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transporte e Trânsito (Sinttro); e pela Câmara Municipal.

Entre as secretarias municipais que participarão das discussões estão a pasta de Planejamento do Território e Participação Popular (Seppop); de Mobilidade Urbana (SMU); da Fazenda (SF), além da Procuradoria-geral do Município (PGM). Os trabalhos serão presididos por Martvs das Chagas, titular da Seppop.

O grupo terá um prazo para o envio do relatório final de 45 dias a partir da publicação do decreto, com as reuniões regulares previstas para serem realizadas semanalmente, podendo, contudo, ocorrer com maior frequência.

Concessionárias questionam modelo

Em março deste ano, a Tribuna destacou que a crise no sistema transporte coletivo urbano ameaçava cerca de quatro mil empregos em Juiz de Fora. Representantes de partes das empresas que operam no sistema, a Associação Profissional das Empresas de Transportes de Passageiros de Juiz de Fora (Astransp), apontou, na ocasião, que os impactos da crise provocada pela pandemia da Covid-19 resultaram em perdas de R$ 70 milhões ao setor.

Os prejuízos provocam insegurança de motoristas e cobradores. Inclusive, centenas de cortes já aconteceram nos últimos meses, conforme a entidade.

Sem reajuste

Na ocasião, a Astransp apontou ainda que, para além da pandemia, a crise financeira do setor também se agrava pela não realização do reajuste tarifário em 2020; pelos consecutivos aumentos recentes no preço do diesel; e pelo veto presidencial ao projeto de lei (PL) 3364/20, que previa o auxílio emergencial de R$ 4 bilhões para sistemas de transporte em cidades com mais de 200 mil habitantes.

700 empregos perdidos até março

Ainda de acordo com reportagem da Tribuna publicada no mês passado, antes da pandemia, a categoria profissional formada por motoristas e cobradores em Juiz de Fora reunia 3.500 trabalhadores. Com a crise sanitária, o número foi reduzido e correspondia a 2.800 em março, segundo informações da Astransp e confirmadas pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Juiz de Fora (Sinttro-JF).

“Nós estamos lutando para manter os empregos. Os trabalhadores aceitaram as reduções de jornada e salário no ano passado, e o sindicato fez campanha para doações de cestas básicas às famílias que estavam enfrentando mais problemas”, afirmou o presidente do Sinttro na ocasião.

Reclamações

Com as concessionárias alegando prejuízos milionários e os trabalhadores inseguros com relação ao futuro, os usuários também não estão satisfeitos com o atual modelo. Muitas vezes, para garantir condução até o local de trabalho, muitos precisam, literalmente, madrugar.

Segundo relatos colhidos pela reportagem de março, situações como chegar atrasado ao trabalho, passar horas esperando no ponto de ônibus e enfrentar o coletivo lotado são reclamações recorrentes dos usuários.

O post PJF monta mesa de diálogo para buscar soluções para o transporte coletivo apareceu primeiro em Tribuna de Minas.

Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

Pesquisar