Polícia Civil investiga circunstâncias de morte na área da penitenciária

A Delegacia Especializada de Homicídios investiga as circunstâncias da morte de um homem, 32 anos, que teria sido baleado durante uma suposta troca de tiros com policiais penais da penitenciária José Edson Cavalieri, no Bairro Linhares, Zona Leste de Juiz de Fora. O caso foi registrado na noite do último sábado (29), porém, a Polícia Civil só tomou conhecimento após o corpo dar entrada no Instituto Médico Legal (IML), já que os policiais penais não teriam acionado a corporação e nem a Polícia Militar.

O delegado Rodrigo Rolli quer esclarecer como ocorreu a troca de tiros. Até o momento, segundo ele, não foram encontradas marcas de projéteis nas paredes do estabelecimento prisional. Além disso, ele quer saber como o morto foi atingido com uma munição letal, já que os agentes alegam ter efetuado apenas tiros de borracha. O delegado aguarda os laudos periciais de local e o exame de necropsia.

Delgado Rodrigo Rolli investiga morte próximo à penitenciária
Delegado quer entender as circunstâncias que levaram ao disparo contra a vítima fatal (Foto: Arquivo Tribuna/Marcelo Ribeiro)

Ocorrência registrada como tráfico

Conforme o delegado Rodrigo Rolli, os policiais penais fizeram uma ocorrência de tráfico de drogas sobre o caso, que teve início às 20h50 de sábado (29) e foi encerrada às 7h11 de domingo (30). Apesar de terem encontrado o homem ferido, os agentes não teriam feito o acionamento da PM e da perícia da Polícia Civil, como é de praxe. Eles chamaram o Samu para o resgate do homem, que foi levado para o Hospital de Pronto Socorro (HPS), onde morreu à 1h45 de domingo. Até o momento, a Polícia Civil não tem o esclarecimento se ele deu entrada com vida na unidade de saúde.

O homem tinha um ferimento na cabeça causado, a princípio, por um disparo de arma de fogo. O corpo então foi encaminhado para o IML para ser periciado. “Foi então que o delegado de plantão tomou conhecimento dos fatos. Os quatro policiais penais foram chamados para prestar depoimento, e a perícia enviada ao local dos fatos. Eles alegam que um policial penal viu uma movimentação do lado de fora da cadeia e, em seguida, os suspeitos teriam começado a atirar em direção à muralha. Ele e outros três agentes teriam revidado usando escopetas calibre 12, com munição não letal”, disse o delegado.

De acordo com o boletim de ocorrência registrado sobre o fato, um policial penal que estava de plantão na unidade observou a movimentação de quatro indivíduos no entorno da penitenciária. O grupo teria realizado disparos em direção ao posto da muralha, fato que levou o policial penal a acionar a central, via rádio. Conforme a ocorrência, ao deslocar-se juntamente com sua equipe para o local, novos disparos foram realizados contra a equipe do sistema prisional.

O documento aponta que foram efetuados pelos policiais penais oito disparos de espingarda calibre 12, utilizando munição menos letal. Segundo o documento policial, os indivíduos desconhecidos fugiram atirando contra a equipe de policiais penais e tomaram destino ignorado. Foi realizada a varredura do perímetro pela equipe do sistema prisional, sendo encontrado um indivíduo caído no chão, com sangramento na região da cabeça. Junto dele, foram encontrados e apreendidos quatro pedaços de maconha, conforme apontou o registro policial.

O Samu foi acionado e a equipe prestou os primeiros socorros ao ferido no lugar em que ele foi encontrado. Em seguida, conforme o registro feito pelos policiais penais, o homem foi conduzido com vida, de maca, até a ambulância, onde recebeu atendimento e foi encaminhado para o Hospital de Pronto Socorro (HPS).

Delegado quer esclarecer os fatos

O delegado Rodrigo Rolli vai ouvir nos próximos dias os integrantes da equipe do Samu, os profissionais de saúde que atenderam a vítima no HPS, familiares do morto e os policiais penais envolvidos no caso. “O que mais nos espanta é ter um projétil de arma de fogo na cabeça do morto. Vamos fazer a determinação do calibre deste projétil e fazer a microcomparação balística com as armas entregues pelos policiais penais. Ainda estou aguardando o laudo oficial de local e o exame de necropsia. Outras diligências também serão feitas. É uma morte violenta, que ocorreu de forma muito atípica e envolvendo agentes do estado”, comentou.

A Tribuna aguarda retorno da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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