Policiais e agentes voltam a se manifestar na quinta-feira

(Foto: Divulgação/Assprijuf)

Após seis horas de negociação durante a tarde e a noite de segunda-feira (16) na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, policiais civis e militares, bombeiros, agentes penitenciários e socioeducativos rejeitaram a proposta do Governo estadual, que ofereceu recomposição salarial escalonada a partir de 2020. A manifestação já prevista para a próxima quinta na capital mineira está mantida para as 14h, e o vice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Minas Gerais (Sindpol), Marcelo Armstrong, alerta: “Na assembleia poderá ser deliberada paralisação geral das forças de segurança.” A expectativa é de que pelo menos três ônibus partam de Juiz de Fora para o próximo protesto na Cidade Administrativa, assim como ocorreu na segunda. Dois coletivos, ocupados por integrantes do sistema prisional e por policiais civis, já estão confirmados.

Presente na mobilização, o presidente da Associação do Sistema Socioeducativo e Prisional de Juiz de Fora (Assprijuf), Wanderson Pires, disse que a classe ficou decepcionada, após ser orientada a esperar até o fim da noite por uma resposta. “Vieram com a mesma notícia que já sabíamos desde 17h, mas não foi aceita pelo movimento e pelos deputados.” Segundo ele, é aguardada a resposta definitiva do Governo na quinta-feira, “para saber quais serão os próximos passos”. “Já temos estratégias, mas estamos trabalhando em cima dos resultados, do que vão propor.”

Há quase cinco anos sem reajuste, a categoria aponta defasagem salarial de 28,68%, em decorrência da inflação. Em nota, o Governo de Minas declarou reconhecer a legitimidade do pleito das forças de segurança e assumiu o compromisso de recompor as perdas inflacionárias com reajustes anuais entre setembro de 2020 e março de 2023, mas não adiantou qual seria o índice aplicado em cada ano. “Infelizmente, não é possível iniciar esse cronograma imediatamente. Um aumento nas despesas do Estado representaria agravar a falta de medicamentos para a população e precarizar mais a prestação de serviços nas áreas de educação e na própria segurança”, justificou.

‘Devo, não nego’

Para Armstrong, a proposta apresentada foi: “devo, não nego, mas pago quando puder”. Pires lembrou que não foi pedido reajuste, apenas recomposição. “Não estamos pedindo aumento, porque sabemos das dificuldades do Estado. Mas estamos cobrando as perdas inflacionárias.” Ele reforçou que o movimento começou independente em janeiro, ganhando o apoio de sindicatos, associações e de parlamentares, que estiveram na reunião. Do lado de fora e com carro de som, centenas de pessoas de várias partes de Minas protestavam enquanto aguardavam o desfecho.

“As forças de segurança desempenham papel fundamental para os mineiros. Prova do reconhecimento do Governo foram as negociações com a categoria, realizadas em março e agosto, quando ficou acertado o pagamento, em maio, do 13º salário devido pela gestão anterior, o depósito do abono de fardamento, a continuidade do repasse financeiro semanal ao IPSM e, caso o Estado consiga realizar operação financeira, o pagamento no 5º dia útil, a partir de dezembro de 2019, e o pagamento integral do 13º salário de 2019 no dia 21 de dezembro do mesmo ano”, destacou o Executivo, expondo “a grave situação econômica, com restos a pagar de R$ 34,5 bilhões e um déficit orçamentário projetado para 2019 de R$ 15 bilhões”, que tornaria inviável a fixação antecipada dos índices de reajuste a serem concedidos.

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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