População de Juiz de Fora ainda tem dúvidas sobre decreto de lockdown

Empresários e trabalhadores de diferentes setores econômicos relataram dúvidas sobre o lockdown na cidade. O decreto municipal nº 14.380 determina a suspensão de todas as atividades presenciais, com exceção dos serviços bancários, de saúde e transporte (ônibus, táxis e transporte por aplicativo), supermercados, mercearias e padarias – sendo proibido o consumo interno – , farmácias, lotéricas e agropecuárias, sendo que as últimas devem funcionar de portas fechadas. Na tarde desta segunda, um alteração no decreto tornou possível o funcionamento de açougues, peixarias, postos de gasolina, serviços de call center e telecomunicações com restrições, serviços de delivery e de entrega de gás.

No entanto, vários segmentos não listados no documento mantiveram o expediente com funcionários, o que contribuiu para confundir mais a população.

A principal dúvida abrange o funcionamento de atividades que foram classificadas como essenciais anteriormente, conforme relatado por leitores à Tribuna. “Trabalho no ramo de autopeças e fiquei na dúvida se poderia ou não abrir a minha loja, pois o decreto não menciona, mas o segmento foi autorizado nas outras vezes em que só serviços essenciais podiam funcionar. Dispensei os empregados, mas até agora não tenho certeza da informação.”

Outro leitor citou a dúvida em relação ao funcionamento de templos religiosos. ” As igrejas por decreto são consideradas essenciais, mas o novo texto não fala nada se elas continuam ou não (autorizadas a funcionarem).”
Uma funcionária de uma loja de informática, que preferiu não se identificar, relatou que ela e os colegas de trabalho compareceram presencialmente ao trabalho, pois não houve posicionamento dos empregadores a respeito do novo decreto. “Pelo que entendi, era para o nosso segmento estar fechado, mas como não recebemos essa orientação, todos vieram. Nós ficamos na dúvida sobre o que fazer e preocupados de ter desconto por causa de falta ou até sermos demitidos.”

“Faltou detalhamento”

Um empresário que preferiu não se identificar relatou, ainda, a dificuldade de tomar as decisões necessárias ao longo do domingo (7), quando a medida foi anunciada pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF). “A informação foi muito resumida. Sei da gravidade do momento que vivemos, e não questiono a decisão do poder público, mas faltou detalhamento, orientação e tempo hábil para que pudéssemos seguir tudo corretamente.”

“Questão de sobrevivência”

Em entrevista à Rádio CBN Juiz de Fora, o secretário de Comunicação Márcio Guerra pediu a colaboração da população no cumprimento da medida. “A situação continua muito grave. Nós estamos com a ocupação dos leitos de UTI esgotadas. No fim de semana, tivemos que transferir pacientes com necessidade de internação para cidades próximas”, relatou destacando que na rede particular a taxa de ocupação também segue alta.

Segundo ele, o decreto municipal tem o objetivo de fazer com que as pessoas fiquem ao máximo dentro de casa esta semana na tentativa de frear a proliferação da Covid-19 na cidade e impedir o colapso dos sistemas de saúde e funerário. “As funcionárias já anunciaram para a Prefeitura o esgotamento da força de trabalho em função do número de óbitos.”

Ele também informou mais detalhes sobre o funcionamento das atividades. Os cultos religiosos, por exemplo, deverão ser realizados apenas de forma remota. A lanchonetes e lojas que não são citadas no decreto não podem funcionar.

Com relação às agências bancárias, Márcio informou que representantes do Procon-JF e dos bancos acordaram sobre a ampliação do horário de funcionamento para evitar aglomeração em filas e que a fiscalização segue nas ruas para evitar o descumprimento do acordo.

Canais de denúncias

À Tribuna, a assessoria da Secretaria de Sustentabilidade em Meio Ambiente e Atividades Urbanas (Sesmaur) reforçou que seguem autorizadas as atividades já informadas e reforçou que a população pode realizar denúncias sobre o descumprimento. Os canais são os telefones 9 8463-2687 (whatsapp) / 3690-7610 / 3690-7611 da Agência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon); o 153, que funciona 24 horas, da Guarda Municipal, 3690-7472, telefone da Vigilância Sanitária, que atende das 8h às 12h e das 13h às 17h ; e o 3690-7984 whatsapp da Sesmaur que também funciona 24h.

 

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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