Prefeitura de JF adia para terça-feira novo decreto da onda amarela

Mesmo com recuo da decisão de voltar à onda vermelha, comerciantes manifestaram-se no Calçadão da Halfeld neste sábado (Foto: Fernando Priamo)

A Prefeitura de Juiz de Fora adiou para terça-feira (8) a publicação do decreto com as mudanças feitas nos protocolos da onda amarela. A decisão foi confirmada na manhã deste sábado (5) pelo secretário de Governo Ricardo Miranda. A princípio, o governo municipal havia anunciado na quinta-feira (3) que a cidade voltaria à onda vermelha, após reunião do Comitê Municipal de Enfrentamento e Prevenção à Covid-19, mas, após, vários protestos de comerciantes e empresários, um novo encontro foi realizado na noite de sexta-feira (4) e decidiu-se pela manutenção na onda amarela, porém com algumas mudanças: praças de alimentação de todos os empreendimentos comerciais poderão funcionar com capacidade máxima de 50%; proibição de consumo de bebida alcoólica em todos os tipos de estabelecimentos comerciais e em qualquer espaço público; capacidade máxima de 20% de fiéis nos cultos religiosos, que deverão durar, no máximo, 45 minutos; e proibição de todas as atividades de ensino extracurricular.

Comerciantes protestam

Apesar da decisão da Prefeitura, um pequeno grupo de comerciantes realizou, na manhã deste sábado, um protesto no Calçadão da Rua Halfeld, que havia sido marcado no dia anterior. Um dos motivos para a manifestação, segundo os discursos, era o temor de que o governo municipal mudasse novamente sua decisão e decidisse, nos próximos dias, retornar à onda vermelha.

Nos discursos, eles cobraram da prefeitura mais ônibus nas ruas, argumentando que a aglomeração não acontece em seus estabelecimentos. Disseram, ainda, que quem está sofrendo mais são os pequenos empresários e defenderam o direito de trabalhar porque “pagam impostos” e que, para cumprir com suas obrigações, precisam estar de portas abertas. Afirmaram, ainda, ser solidários quanto aos mortos pela Covid-19 – que em Juiz de fora já passaram da marca de 335 vítimas fatais -, mas argumentaram que o município vive do comércio, e que se ele fechar “a cidade morre”.

Comerciantes disseram entender a gravidade da doença, mas não aprovam novo fechamento dos estabelecimentos (Foto: Fernando Priamo)

Uma das responsáveis pela organização da manifestação foi a arquiteta Fernanda Falabella e Guerra, representando os comerciantes do Mister Shopping e a ONG da Rua Mister Moore. Segundo ela, a ação foi mantida para marcar posição e deixar claro que, além da preocupação com os empregos e a manutenção da economia na cidade, seria errado ter o fechamento do comércio como foco no combate à pandemia.

“Ele (comércio) está funcionando dentro dos protocolos de segurança desde que a Prefeitura autorizou seu retorno, com álcool gel, limitando o número de clientes, com as pessoas usando máscaras”, diz, defendendo ainda o argumento de que o dramático aumento de casos e mortes na cidade se deve a outros fatores. “De agosto a outubro reduziram as restrições e permitiram pequenas festas, encontros em casa, tivemos muitas reuniões por causa da campanha política e foi aí que os números aumentaram. Nosso protesto foi para não colocarem a culpa no setor que está trabalhando com toda segurança e chamar a atenção para o que a Prefeitura poderia fazer e não fez, como subsidiar os ônibus para que não andassem tão lotados, ampliar o funcionamento do horário das lojas e manter os leitos extras de hospitais.”

Além do protesto, os comerciantes elaboraram um abaixo-assinado a ser entregue à Prefeitura e à Câmara Municipal, pedindo para manterem os estabelecimentos comerciais abertos e não retornarem à onda vermelha.

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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