Professores analisam conteúdos cobrados no Pism 2020

A Tribuna conversou com professores que fizeram uma análise das provas dos módulos I, II e III do Pism. Para docentes das áreas de Matemática e Ciências da Natureza, que engloba as matérias de Física, Química e Biologia, os exames trouxeram uma inovação este ano, trazendo questões interpretativas, seguindo o mesmo molde do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

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Professor e coordenador de matemática do Colégio Jesuítas, Gabriel Moreno, destaca que os conteúdos cobrados nos três módulos estavam dentro do previsto no edital do vestibular seriado. “O nível e conteúdo da prova estava adequado à cada módulo; estava tudo dentro daquilo que se esperava, não houve nenhuma abordagem fora do edital”, comentou. Em relação ao módulo I, o professor assinala que, nesta edição, percebeu-se menor cobrança de conteúdos de “geometria mais densa”. Segundo ele, foi uma prova “muito tranquila”. Ainda em sua avaliação, os conteúdos de álgebra cobrados foram mais adequados ao que se esperava.

“A parte de geometria teve uma ancoragem mais visual e menos operacional. Percebemos a tentativa de aproximação com as questões do Enem, que são mais interpretativas e menos técnicas”, comentou Gabriel Moreno sobre o módulo II do processo seletivo, destacando que foi protocolado recurso em relação ao gabarito da questão número 12, cuja resposta correta de acordo com a banca é a “A”, mas os professores avaliaram que seria a opção “E”.

Ciências da Natureza

Professor de Biologia e coordenador de Ciências da Natureza do ensino médio do Colégio Jesuítas, Francisco Fazza, comenta que provas de Biologia, Química e Física dos três módulos do Pism foram consideradas bem distribuídas. Na avaliação do professor, nas provas de Química e Física, não houve grande dificuldades para a resolução das questões, sendo considerada uma prova de nível médio a fácil. “Os enunciados foram bem claros, figuras bem claras, não foram provas desgastantes. Na Física, a análise é de que que foram questões conceituais, não envolveu muitas contas. Houve uma tentativa de mudança no modelo, de melhor contextualização”, disse.

Análise semelhante também sobre a prova de Biologia. “Houve algumas contextualizações bacanas, que deram uma diferenciada dos anos anteriores e que foi positivo. Privilegiou os que estavam estudando. Além disso, foi uma prova instrutiva, aquele que lê com cuidado os enunciados, acaba aprendendo”, finalizou o professor.

Para professor, edição 2020 foi ‘muito mais elaborada’

Para o professor de Língua Portuguesa e Redação do Colégio Equipe, Victor Barroso Cruz, os conteúdos cobrados nesta edição do Pism exigiam mais dos candidatos. “De um modo geral, acho que a prova desse ano foi muito mais elaborada em comparação a outras aplicações. Estava em um nível muito bom. Óbvio que estamos falando isso de uma perspectiva de professor analisando a prova, mas para aluno ela, com certeza, foi um pouco mais difícil, e difícil para todo mundo. Isso é um ganho, eu acho, muito interessante da UFJF porque ela está indo em oposição ao que aconteceu na prova do Enem”.

Em relação aos conteúdos cobrados da Língua Portuguesa, nos três módulos, Victor observa que foram cobradas questões sobre gramática. “Não é comum que eles cobrem tanta questão de gramática, esse ano caíram muitas questões sobre gramática. Na prova do módulo III, por exemplo, foram cobrados assuntos específicos, como semântica de conjunção”, analisa. Apesar dessa mudança, nos módulos I e II, o professor analisa que a prova se assemelhou mais às outras edições. “Foi cobrado mais sobre a inferência textual. A própria gramática, o próprio uso da pontuação, como foi cobrado no Pism II, foram relacionados a texto.”

A respeito da área de Literaturas, Victor pontua que houve cuidado da universidade em relacionar o conteúdo com outras disciplinas. “A prova de Literatura, na minha avaliação, foi ótima. Há uma preocupação da UFJF com o fazer literário e com a construção da educação, junto com a interdisciplinaridade. Se existe um prova intertextual, certamente foi a de Literatura com a parte de História. Pela primeira vez ouvi aluno dizendo que a prova de Literatura estava mais difícil do que as matéria cobradas de exatas. Eu acho muito importante porque começa a mudar o pensamento de que as matérias de humanidades são fáceis e que se faz de qualquer jeito. A prova dos três anos cobraram críticos literários que a gente estuda na faculdade (…) fazendo os alunos pensarem sobre esse fazer literário com um amadurecimento muito maior. Impuseram, de certa forma, uma questão de pensar sobre o texto muito interessante.”

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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