Professores de JF avaliam segundo dia de provas do Enem

No segundo dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019, cerca de 3,7 milhões de candidatos realizaram as provas de ciências da natureza (física, química e biologia) e matemática no último domingo (10). De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o percentual de presentes foi o maior já registrado, de 72,9%, superando a edição de 2015, cuja média de participantes foi de 72,67%. Em Minas Gerais, 73% dos inscritos realizaram as provas do segundo dia do exame. Os candidatos poderão acessar os cadernos de questões e os gabaritos na próxima quarta-feira (13), no site do Enem. Os resultados, entretanto, devem ser divulgados apenas em janeiro de 2020. Para professores ouvidos pela Tribuna, o tempo para realização da prova, com uma média de três minutos para cada questão, permanece como “vilão” do exame.

Na avaliação do professor de biologia do Colégio Equipe, Bernardo Hallack, havia uma expectativa quanto a mudança de metodologia do exame, entretanto, as provas do segundo dia seguiram o padrão dos anos anteriores. “O Enem vem, a cada ano, trazendo questões cada vez mais conteudistas e, nesta edição, veio dentro dessa linha. Dentro da biologia, as provas estavam seguindo uma linha de cobrar muitas questões de ecologia, fisiologia humana, genética e evolução. A evolução ficou de fora (neste ano), algo que não esperávamos que fosse sair tão drasticamente”, exemplifica.

Para professor Bernardo Hallack, ecologia e fisiologia humana vieram com um peso grande: “Foi uma prova boa dentro do que a gente estava esperando”

A continuidade nos aspectos cobrados pelo exame também foi percebida pelo coordenador de Ciências da Natureza do Colégio dos Jesuítas, Luiz Francisco Fazza. Segundo Fazza, a prova do último domingo não trouxe grandes mudanças do que já vinha sendo trabalhado pelo exame, com a maioria das questões da área com nível médio de dificuldade. “Nós fizemos um levantamento das frentes de biologia, química e física, e não houve muita diferença significativa”, explica.

Tempo da prova

Conforme o coordenador de Ciências da Natureza do Colégio dos Jesuítas, Luiz Francisco Fazza, o maior desafio da prova é a “maratona”. “São muitas questões. Eu costumo brincar com os alunos dizendo que as questões do Enem, em si, não são tão trabalhosas assim. O problema é a questão versus tempo. Às vezes, acaba gastando um tempo para interpretar ou fazer alguma conta, e isso prejudica a concepção da prova como um todo”.

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Segundo o professor Luiz Francisco Fazza, saber administrar o tempo de cada questão é um desavio a ser superado pelos candidatos (Foto: Arquivo Tribuna/Marcelo Ribeiro)

Tal fator também foi apontado como desafio pelo diretor do Colégio e Curso Nota 10, Luís Cláudio Frutuoso. Formado em Matemática e Física, o educador participou da prova no último domingo para “perceber a prova por dentro do contexto”.

Em sua avaliação, o exame distribuiu bem as questões entre conteúdos das diferentes séries do Ensino Médio, entretanto, o tempo de três minutos por pergunta é uma característica do Enem que continua sendo negativa. “Tinha uma questão de física que tinha que analisar o número de lâmpadas que uma casa poderia ter. Ali, eram cálculos muito pesados”, exemplifica. “Às vezes, os alunos não percebem o quanto isso prejudica. Eles têm que chutar questão, não conseguem ler ou não conseguem terminar. Você não conseguir fazer é um fator (prejudicial).”

Questões trazem aplicações no cotidiano

Segundo o diretor do Colégio e Curso Nota 10, Luís Cláudio Frutuoso, a prova trouxe questões que traziam exemplos do cotidiano para contextualização, especialmente a prova de matemática. “A prova foi muito boa. Contemplou vários conteúdos e trouxe muitas coisas da atualidade, por exemplo, envolvendo aplicativo de namoro, questão de câmbio”, exemplifica.

“Se você pegar todas as questões,
não teve uma que foi matemática pura,
técnica, sem uma aplicabilidade.
Todas tinham contexto com cotidiano.
Isso é algo que acho interessante.”

A aplicabilidade também foi observada nas questões de biologia, segundo o professor do Colégio Equipe, Bernardo Hallack. “Tiveram textos muito bons e muito contextualizados. É interessante para o aluno ver a aplicabilidade do conteúdo técnico que vê em sala de aula no mundo. Porém, para acertar, ele precisou do conteúdo técnico”, afirma.

Reaplicação

Os candidatos que não conseguiram realizar as provas por conta de problemas de logísticas podem solicitar a reaplicação do exame a partir desta segunda-feira (11), até o próximo dia 18 de novembro, por meio da página do participante, no site do Enem. As respostas às solicitações serão divulgadas no dia 27 deste mês, enquanto a reaplicação está agendada para ocorrer em 10 e 11 de dezembro. De acordo com o Inep, o segundo dia contou com 76 ocorrências de problemas de logística em todo o país, incluindo emergências médicas, quedas de energia elétrica, interrupção no abastecimento de água, desastres naturais, entre outros.

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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