Rádios ganham destaque na rotina de isolamento

Em JF, hábitos apontados no levantamento também foram observados nas rádios CBN e Mix (Foto: Fernando Priamo)

As rádios ganharam mais destaque na vida dos brasileiros durante a pandemia da Covid-19. Conforme a pesquisa Inside Rádio 2020, realizada pela Kantar Ibope Media, 78% da população fazem parte da audiência das emissoras. O tempo médio gasto por dia na atividade aumentou com o isolamento social, chegando a duas horas e 55 minutos, uma ampliação de 15 minutos em comparação com os resultados da pesquisa de 2019, quando a média diária era de duas horas e 40 minutos.

O aumento do tempo médio pode ser explicado pela parcela desta audiência que passou a escutar mais rádio no período de isolamento (17%). Outros 75% afirmaram ouvir com a mesma frequência de antes da pandemia, enquanto apenas 8% reduziram a prática. A casa tem sido o principal lugar para ouvir rádio (78%). O aparelho “tradicional” segue como o meio mais utilizado pela audiência (81%), seguido do celular (23%).

Público

Com relação ao público, a pesquisa identificou dois perfis de ouvintes: um geral e outro específico sobre quem ouve rádio pela internet.
O perfil geral é comporto por mulheres da classe C e com idade a partir dos 40 anos. Quando é feita a estratificação do público que usa a web, é verificado o perfil de homens, das classes A e B, na faixa etária até 39 anos.

A diferença pode ser explicada pela questão de acesso à internet. A rede segue sendo mais utilizada no país entre os mais jovens e com melhores condições econômicas.

Adaptação

Na avaliação da CEO da Kantar Ibope Media no Brasil, Melissa Vogel, os resultados revelam que o rádio, mais uma vez, mostrou a sua capacidade de adaptação. Afinal, com a chegada da TV no país, há 70 anos, tiveram início os questionamentos se o meio sobreviveria ou não diante da imponente concorrência. Com o advento da internet, novamente, as dúvidas vieram à tona.

“Há tempos dizemos que o rádio é um grande companheiro. E isso evidencia quando percebemos como o meio se adapta e se transforma para se manter sempre relevante na vida das pessoas”, pontua Melissa.

Em meio à pandemia da Covid-19, em que “adaptação” tem sido a palavra de ordem para toda a sociedade, o rádio não fugiu à regra. “Na edição da pesquisa deste ano fica claro como o meio seguiu presente, seja pela necessidade de consumir notícias ou, simplesmente, para escutar uma música para relaxar. É fato que a nossa rotina mudou, e o rádio também se transformou para continuar fazendo parte dela.”

A pesquisa foi realizada em 13 áreas metropolitanas das cinco regiões do país e reflete a realidade de um comportamento nacional. Para a diretora comercial regional da Kantar Ibope Media, Giovana Alcântara, a característica local das rádios é um diferencial para garantir que o meio siga tão relevante entre o público. “O alcance local oferece ao rádio um papel essencial e democrático, trazendo senso de coesão social.”

Grupo Solar identifica reflexos da realidade nacional

Os reflexos do comportamento da audiência nacional também foram observados na esfera local pelo Grupo Solar de Comunicação, que mantém as rádios CBN Juiz de Fora (91,3 FM) e Mix (88,9 FM).

Com características diferentes, ambas as emissoras mantêm a relevância junto ao público em meio à pandemia da Covid-19. Para as diretoras do Grupo Solar, Suzana e Márcia Neves, a qualidade, a abrangência e a proximidade são algumas das características que contribuem para a experiência positiva.

“A CBN Juiz de Fora produz um jornalismo local, responsável por aprofundar os debates do dia a dia sobre a cidade. Além disso, ela também oferece a cobertura nacional. A qualidade do conteúdo e a abrangência são fatores que despertam o interesse do público”, destaca Suzana. “A Rádio Mix tem a proposta de entretenimento e também prima pela qualidade. É uma emissora que traz o que tem de melhor nos lançamentos musicais.”

Para Márcia, a cobertura das eleições municipais deste ano é um exemplo recente que evidencia a relação próxima com os ouvintes. “Nós realizamos debates muito ricos entre os candidatos, oferecendo mais uma oportunidade para a população se informar. Isto teve um reflexo muito positivo na nossa audiência.”

Interatividade

O editor-geral do Grupo Solar, Paulo César Magella, acredita que as formas de transmissão e recepção também contribuem para que, no passar dos anos, o rádio continue ativo na rotina das pessoas. “É fundamental destacar a interatividade com os ouvintes. O rádio é como uma grande sala, na qual o acesso é coletivo.”

Para ele, a participação da audiência continuará mesmo no período pós-pandemia. “O rádio teve sua primeira morte anunciada quando a televisão ganhou maior visibilidade no país. No entanto, sobreviveu e ficou mais forte. A internet, que poderia significar uma segunda morte, foi a redenção. Se antes o alcance era limitado, hoje ele pode ser ouvido em qualquer parte do mundo”, avalia. “Sua relevância continuará em curva ascendente, pois a pandemia, mesmo com a vacina, ainda estará na agenda do ‘novo normal’ junto com outras questões. O rádio seguirá sendo um parceiro permanente.”

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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