Secretário de Estado de Saúde diz que Minas se prepara para promover 1.800 testes/dia

A partir da próxima semana, a Fundação Ezequiel Dias (Funed), Laboratório Central de Saúde Pública de Minas Gerais, deve ampliar sua capacidade de realização de exames do coronavírus para 1.800 testes por dia. A informação foi repassada pelo secretário de Estado de Saúde (SES-MG), Carlos Eduardo Amaral, em entrevista à Rádio CBN Juiz de Fora na manhã desta sexta-feira (27). Conforme o titular da pasta, o Governo de Minas aguarda autorização do Ministério da Saúde para colocar em funcionamento outras cinco máquinas extratoras.

Conforme Amaral, por conta do aumento de casos e notificações em Minas Gerais, a Funed está operando em sua capacidade máxima. Desta forma, parte do plano de contingência de exames em saúde pública prevê o funcionamento das novas máquinas, responsáveis por ampliar a capacidade do laboratório. “Nós precisamos que o Ministério da Saúde autorize isso. O Ministério é responsável por nos encaminhar os kits de exame. Entendemos que, na próxima semana, estaremos aumentando para 1.800 exames/dia.”

Em outro momento, a ideia é recrutar outras empresas, como a Embrapa e universidades que tenham estrutura para realização dos testes, o que poderia ampliar a capacidade estadual para 2.500 testes diários. “Isso demanda um pouco de tempo, porque cada empresa, cada Universidade, tem uma máquina com um tipo de kit específico. Então, cada uma tem que ter uma compra específica. Não é uma compra no atacado, então é mais laborioso para poder abrir essas máquinas”, explica o secretário estadual de saúde.

Governo busca ampliar leitos

Os trabalhos de enfrentamento ao coronavírus em Minas Gerais também englobam a ampliação de leitos nas unidades hospitalares de todo o estado. Segundo o secretário, o plano é uma preparação do sistema de saúde. “Cabe ressaltar que, neste momento, ainda não temos uma sinalização de sobrecarga do sistema de saúde. O que estamos fazendo é um planejamento para que a estrutura esteja pronta, caso venha a ter a sobrecarga.”

Juiz de Fora deve contar 30 novos leitos, sendo 20 deles no Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus, e dez no Hospital Regional João Penido. De acordo com Amaral, a Secretaria de Saúde da Prefeitura de Juiz de Fora, juntamente com a Superintendência Regional, tem acordado a reabertura dos leitos na Maternidade. “Do ponto de vista da Secretaria Estadual de Saúde, nós vamos garantir o custeio de todo leito que for aberto de terapia intensiva com o valor máximo do teto do SUS”, diz o titular da SES. Já os leitos do João Penido serão recebidos do Ministério da Saúde. “Esses (do João Penido) dependem do Ministério da Saúde nos enviar o kit de CTI.”

A ideia é realizar parcerias com diversos hospitais em todo estado para obter o máximo de leitos possíveis para enfrentamento do coronavírus. “Em cada lugar temos um superintendente fazendo a relação e avaliando qual a possibilidade de ampliação de leito. O nosso programa tem, por objetivo no estado, ampliar 1.700 leitos equivalentes a terapia intensiva, então vai ter um número grande do ponto de vista do estado. Isso vai pegar todas as regiões, inclusive os 30 de Juiz de Fora.”

Secretário garante confiabilidade de testes

Questionado sobre a situação real de casos no Estado, Carlos Amaral afirma que os registros “são confiáveis”. De acordo com o titular da SES, há, de fato, uma burocracia na consolidação dos registros da pasta, mas que tal ponto necessita, primeiramente, da consolidação dos dados nos municípios. “Às vezes, pode haver diferença entre o que o município tem de consolidação e o que o Estado tem, mas do ponto de vista de confiabilidade, nós temos 100% de certeza de que o que nós apresentamos é o que realmente chega para nós”.

Em entrevista à rádio CBN nesta quinta-feira (27), o promotor de saúde, Rodrigo Barros, informou que Juiz de Fora conta com 18 casos confirmados de coronavírus, alertando sobre a subnotificação da doença. O boletim epidemiológico da SES, entretanto, mantém oito casos na cidade. Ao ser questionado, o secretário estadual de saúde, Carlos Amaral, reiterou que os dados do Estado dependem da comunicação do Município. “Quando se tem a confirmação em Juiz de Fora, a cidade tem que comunicar a Secretaria Estadual de Saúde, porque nem sempre nós temos o mesmo acesso ao laboratório. No caso específico de Juiz de Fora, tem exames que são feitos em São Paulo, em Campinas, então eu preciso desse comunicado para que as informações sejam 100% alinhadas.”

Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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