Servidores do João Penido paralisam atividades na manhã desta sexta

Foto: SindSaúde

Representantes do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (SindSaúde) fizeram manifestação na manhã desta sexta-feira (24) no Hospital Regional João Penido. Os funcionários da unidade paralisaram as atividades entre 8h e 11h, em movimento que também uniu reivindicações de trabalhadores do Samu. As categorias pleiteiam melhores condições de trabalho na unidade de saúde, considerada referência da Zona da Mata no combate à pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

Durante a manifestação, representantes do SindSaúde discursaram aos funcionários do João Penido sobre os anseios dos servidores. Entre os temas de embate, está a inclusão de todos os servidores na Gratificação Temporária de Emergência em Saúde Pública (Gtesp) do Governo de Minas. O benefício foi criado pela administração estadual em meio à pandemia e engloba os servidores efetivos ocupantes de cargos que exijam a graduação em Medicina, com exercício nas unidades da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) e que prestam serviços médico-hospitalares diretamente relacionados à Covid-19. Os valores vão de R$ 1.107,76, para alguns cargos de 12 horas semanais, até R$ 6.002,21 mensais, para cargos de 24 horas semanais.

No entendimento do SindSaúde, todos os profissionais que atuam no combate à pandemia deveriam receber a gratificação de maneira isonômica, uma vez que o trabalho nas unidades de saúde é coletivo. “Da cancela do hospital para dentro, todos deveriam receber o mesmo tipo de gratificação”, afirma a diretora sindical, Lenir Romani. “Todos nós atendemos os pacientes que chegam com suspeita. Nós temos que manter a qualidade no atendimento, temos que manter o psicológico de uma forma amena e tranquila, para que a gente preste atendimento de qualidade”, completa.

O SindSaúde também solicita uma cadeira na comissão de gestão de crise do Governo de Minas, que visa traçar estratégias para o combate ao coronavírus em âmbito estadual. “Nós solicitamos a participação para que a gente possa levar planejamento, organização e a ação que a enfermagem faz dentro de uma unidade de saúde”, explica Lenir.

A Fhemig foi procurada novamente pela Tribuna na manhã desta sexta-feira para se posicionar, entretanto, até o momento, não houve resposta.

Samu reivindica EPI’s

Foto: SindSaúde

Paralelamente à paralisação de servidores do João Penido, funcionários do Samu vinculados ao Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região Sudeste (Cisdeste) fazem uma manifestação em frente à sede de Juiz de Fora (Rua Coronel Vidal, 800, Bairro São Dimas). Entre as reivindicações, está o maior investimento do Governo estadual em Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s). De acordo com o delegado sindical Renato Ziborges, o Cisdeste ainda não recebeu EPI’s do Estado. “O Cisdeste está fazendo todo o esforço de manter os EPI’s para nós, mas o Governo do Estado tem que assumir o compromisso de deixar os empregados do Samu amparados com os EPI’s”, afirma.

Conforme Ziborges, também há a reivindicação por atraso nos repasses estaduais na casa dos R$ 3 milhões para o Cisdeste, além da entrada dos profissionais do Samu na gratificação de emergência em razão do combate à Covid-19. A manifestação reúne cerca de 30 pessoas, mas sem paralisação dos serviços do Samu. “Nós temos um compromisso com a população, e não pretendemos fazer uma paralisação. Mas queremos ser vistos pelo governo do estado, para que eles possam entender que o Samu é um braço da saúde que, se parar, todo o estado vai ter problema”, alerta o delegado sindical.

Em contato com a reportagem, o Cisdeste afirmou que não compartilha das pautas reivindicadas pelo SindSaúde, assegurando que todos os funcionários estão sendo devidamente protegidos pelos EPI’s necessários à realização dos atendimentos. O Cisdeste também ressaltou que não forneceu o espaço em sua própria sede para a assembleia no intuito de evitar a criação de aglomerações no local, o que é desaconselhado em função da proliferação do novo coronavírus. Por fim, o Consórcio garantiu ter diálogo contínuo com o Governo de Minas, inclusive sobre os repasses de verbas públicas.

 

Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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