Sindicato retira indicativo de greve e ônibus da GIL circulam nesta terça-feira

Após chegar a um acordo com as empresas Goretti Irmãos Ltda (Gil) e Auto Nossa Senhora Aparecida Ltda (Ansal) sobre a situação de 198 profissionais do transporte coletivo urbano, o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário (Sinttro) retirou o indicativo de greve que perdurava até a madrugada desta terça-feira (14). Em contato com a reportagem, a Gil confirmou que as linhas do transporte coletivo seguem itinerário normal durante esta manhã.

A circulação em escala rotineira era dúvida até o princípio da manhã, uma vez que, até segunda-feira (13), o Sinttro ainda aguardava um posicionamento das empresas Gil e Auto Nossa Senhora Aparecida Ltda (Ansal) sobre a situação dos quase 200 profissionais que trabalham no sistema de transporte coletivo. Os funcionários cobravam resolução de impasse gerado por acordo entre as empresas ainda em janeiro. Durante a madrugada desta terça-feira, no entanto, as empresas, enfim, chegaram a um acordo.

O acordo foi confirmado pelo sindicato que representa a categoria, também ratificando que a movimentação por uma nova paralisação, nos moldes da ocorrida na última quarta-feira (8), foi interrompida.

Trabalhadores reintegrados pela Gil

O pacto, que teve a adesão de todas as partes envolvidas no imbróglio, define que todos os funcionários anteriormente cedidos à Ansal voltarão a integrar o quadro da Gil enquanto estiver em vigor os efeitos da Medida Provisória nº 936/2020, que impede a demissão dos trabalhadores durante a pandemia de coronavírus. Após o término do prazo de vigência da MP, os funcionários serão demitidos pela Gil e contratados pela Ansal, sendo integrados de maneira definitiva no quadro da empresa, com indenização prevista em caso de descumprimento.

Quanto aos vencimentos relativo ao mês de julho, a parcela de 30% de responsabilidade das empresas – uma vez que os trabalhadores enquadrados na MP têm o montante restante sendo custeado pelo Governo federal -, o custo será dividida entre Ansal e Gil. Posteriormente ao período, todos os salários e encargos trabalhistas voltam a ser de responsabilidade da Gil.

Informações de bastidores dão conta de que, em meio aos trabalhadores, há preocupação com a possibilidade de novo atraso no pagamento dos vencimentos por parte da Gil, que enfrenta dificuldades financeiras agravadas durante o período epidêmico.

Indefinição até o último momento

Em janeiro, 198 trabalhadores contratados pela Gil, que estavam com problemas para receber salários, foram cedidos à Ansal após acordo para remanejamento de linhas entre os consórcios. No último dia 15 de junho, entretanto, os trabalhadores foram dispensados pela Ansal, mas a Gil, empresa na qual ainda mantinham contrato, não quitou os salários do mês.

Como consequência, na última quarta-feira, por volta das 8h30, os funcionários deflagraram paralisação, obstruindo as duas faixas exclusivas aos transportes públicos na Avenida Getúlio Vargas e o corredor central da Avenida Rio Branco, dificultando o tráfego dos demais ônibus e provocando transtorno aos passageiros com longa espera nos pontos. O movimento durou até a madrugada seguinte, quando, enfim, Ansal e Gil chegaram a um consenso para possibilitar o pagamento dos vencimentos dos funcionários, de acordo com o sindicato.

Entretanto, o sindicato que representa a categoria manteve indicativo de greve com prazo encerrando nesta terça-feira para que a situação dos trabalhadores fosse resolvida definitivamente.

 

Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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