Startup beneficia hospitais juiz-foranos com medicamentos gratuitos

A equipe direciona produtos que seriam incinerados pelos fabricantes por conta da proximidade da data de vencimento (Foto: Arquivo Pessoal)

Um “Uber do medicamento”. Foi a ideia que Rodrigo Miranda teve com outros dois amigos, ainda 2017, para resolver um problema próprio. Assim a PegMed foi criada, mas logo teve o serviço alterado: atualmente, a startup trabalha em âmbito nacional direcionando gratuitamente a hospitais medicamentos que seriam incinerados pelos fabricantes por conta da proximidade ao final da validade. Em meio à pandemia de coronavírus, a plataforma está aberta a cadastro gratuito para auxílio de novos colaboradores da indústria farmacêutica.

A iniciativa nasceu no final de 2017, mas com outro intuito. Ao precisar de remédio para o filho, o hoje CEO da empresa, Rodrigo Miranda, idealizou a possibilidade de uma plataforma que ligasse pessoas necessitadas de remédios a outros indivíduos que tivessem o medicamento em casa e quisessem vender. A ferramenta foi criada desta maneira, mas tomou outro rumo em outubro último, ao ter conhecimento de um sistema de descarte de drogas da indústria farmacêutica. 

O funcionamento da ferramenta se baseia na regra de que, ao faltar 18 meses para o término da validade, os medicamentos que estão nas prateleiras das farmácias não podem ser comercializados, devendo retornar às fabricantes para ser descartados. A PegMed atua evitando a incineração dos remédios, ligando a indústria farmacêutica a unidades de saúde ou órgãos públicos em todo o território brasileiro. Em Juiz de Fora, o Hospital Santa Casa de Misericórdia, a Ascomcer e o Hospital Maternidade Therezinha de Jesus são instituições atendidas, além da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), também parceira do projeto.

“Numa ponta, a indústria cadastra esses medicamentos e, na outra, instituições filantrópicas, ONG’s (Organizações Não-Governamentais), governos, Santas Casas… se cadastram para receberem essa doação. Isso tem um custo mensal economizado pela indústria, pois economizam com a logística e incineração, e agregam valor à marca, ajudando o social e o ambiental, evitando o descarte”, explica o CEO Rodrigo Miranda, carioca radicado em Juiz de Fora e idealizador do projeto junto com os amigos Marco Gazale e Leonardo Miranda, também gestores da PegMed.

Cadastros gratuitos durante a pandemia

Com o cenário de exceção imposto pela pandemia de coronavírus, os gestores instituíram uma nova política de inclusão na plataforma PegMed. Enquanto durar a pandemia, o projeto não estará cobrando mensalidade das indústrias. O pagamento das empresas farmacêuticas é o modo de custeio do serviço, mas a atitude foi tomada, segundo Rodrigo, como forma de aumentar a rede de instituições médicas beneficiadas e, consequentemente, aumentar o número de pessoas atendidas. Os cadastros são feitos pelo site da startup.

Desde outubro, 2.500 medicamentos que seriam descartados já foram direcionados a unidades de saúde, conforme os gestores da plataforma, e a expectativa é de aumento substancial na demanda. “Com a pandemia e abertura da plataforma de forma gratuita estamos esperando um aumento em torno de 600 a 800%”, projeta Rodrigo Miranda.

Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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