Suspeito de matar ex-mulher na Zona Norte será julgado em agosto

Jaime Tristão está preso desde agosto de 2019 aguardando julgamento (Foto: Fernando Priamo)

Remarcado pela segunda vez, o julgamento de Jaime Tristão Alves, 41 anos, suspeito de matar a ex-companheira, será em 25 de agosto. A nova data se deve em virtude da paralisação dos serviços no Fórum Benjamim Colucci diante da pandemia de Covid-19. A sessão ocorreria em abril, depois transferida para junho e, agora, a data agendada para o júri popular será em agosto. A Informação foi confirmada à Tribuna pelo promotor Hélvio Simões. Claudia de Paiva Rezende Alves, 47, foi vista pela última vez em 6 de julho de 2019. O Tribunal do Júri informou que 22 júris e 49 audiências deixaram de ser realizadas em detrimento da pandemia. Todas elas, porém, já foram remarcadas.

Conforme denúncia do Ministério Público, ofertada pelo titular da 9ª Promotoria de Justiça, Hélvio Simões Vidal, a Justiça atribuiu ao suspeito os crimes de feminicídio e ocultação de cadáver, pelos quais ele será julgado. Desde agosto de 2019, o réu está preso no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp). Ele próprio chegou a procurar a Polícia Militar para registrar o desaparecimento da ex-mulher, caindo em contradição posteriormente em depoimento. Jaime alegou que havia bebido e que não se lembrava de horários e nem o que havia feito no período em que Cláudia foi vista pela última vez.

Jaime Tristão Alves foi capturado pela Polícia Civil em uma casa alugada por ele em Rochedo de Minas, município da Zona da Mata, situado a cerca de 54 quilômetros de Juiz de Fora. Na ocasião, o réu tentou fugir pelos fundos da residência e teve que ser contido e algemado. Ele negou ter cometido o crime contra sua ex-companheira, alegando estar sendo acusado injustamente. Durante as apurações da Polícia Civil, entretanto, imagens de câmeras de segurança mostraram que uma pessoa com características semelhantes às de Claudia entrou no carro do suspeito na Rua Eraldo Guerra Peixe, mesma via para onde tanto a mulher como o ex-marido havia acessado no dia do desaparecimento. Apesar das imagens, ele disse não tê-la visto.

Naquele período ainda foi registrada uma ligação do celular dele para o dela. Depois desse telefonema, o aparelho da mulher foi desligado. Ele também alegou que ninguém entrou no seu carro, entretanto, em outro depoimento, disse se tratar de uma garota de programa.

Em 10 de dezembro de 2019, o corpo com as mesmas características de Cláudia foi achado em uma mata às margens de uma estrada vicinal no Bairro Barreira do Triunfo, próximo à BR-040, na região Norte. O cadáver foi reconhecido por familiares, já em avançado estado de decomposição, e estava com as mesmas roupas que a vítima usava quando foi vista pela última vez no Nova Era, bairro onde morava. Ainda conforme as investigações, o ex-marido dela esteve na mesma área onde o corpo foi encontrado. Segundo o delegado Rafael Gomes, que presidiu o inquérito, o GPS do celular de Jaime apontou a presença dele naquela região da Barreira do Triunfo, Zona Norte, no dia 6 de julho, quando a vítima desapareceu. Vestígios de sangue também foram encontrado no carro do réu.

Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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