Trabalhadores do transporte público paralisam ônibus e pedem vacinas

Os motoristas e cobradores do transporte público de Juiz de Fora paralisaram as atividades na manhã desta quinta-feira (25) em ato para solicitar a vacinação da categoria. A manifestação é motivada pela preocupação da categoria, que já contabiliza três óbitos de trabalhadores por Covid-19. O ato teve início às 10h, com a parada dos ônibus nas avenidas Rio Branco e Getúlio Vargas.

De acordo com o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Juiz de Fora (Sinttro-JF), Franklin Nunes, a manifestação busca conscientizar a população e chamar a atenção da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e demais órgãos públicos quanto a importância da atuação da classe, bem como de suas vulnerabilidades. “Nós somos linha de frente. Quem leva o pessoal para o HPS com esse vírus, somos nós, porque não podemos parar. Se paramos, vem uma liminar nos mandando voltar a rodar. Os ônibus recolheram às 20h, mas os vereadores com menos de 24 horas conseguiram uma liminar para rodarmos até de madrugada. As coisas funcionam, mas a vacina para nós não chega.”

O Sinttro-JF já teria se reunido com a administração municipal para solicitar imunização da categoria, mas ainda não obteve uma resposta concreta. “Não desvalorizando o enfermeiro ou o médico, mas nós também somos linha de frente. Eles são essenciais e nós também somos. Tem que haver uma atitude, não pode ficar do jeito que está.”

Até então, a categoria registrou três óbitos entre funcionários. São eles: o motorista Douglas de Araújo Mendes, 37 anos, que faleceu em decorrência da Covid-19, mesmo sem ter comorbidades relatadas; o motorista Sebastião Paulino da Silva, que  faleceu no último dia 7; e o cobrador Marco Antônio Silva Moura, que morreu no dia 14 de novembro.

De acordo com o Sinttro- JF, desde o inicio da pandemia foram 541 casos suspeitos para Covid-19 entre os trabalhadores da categoria. Desses, 196 foram confirmados, sendo que 27 precisaram de internação em leito hospitalar..

Insegurança

O ato dos trabalhadores no transporte público também ocorre em um momento de insegurança. Conforme reportagem publicada pela Tribuna, motoristas e cobradores relatam ter sofrido ameaças de usuários do transporte público coletivo que descumprem as regras estabelecidas pela PJF para tentar reduzir o contágio da Covid-19 na cidade.

Desde o dia 8 de março, os ônibus estão proibidos de circular com passageiros em pé. A obrigatoriedade do uso de máscaras dentro dos veículos, determinada em 2020, também segue como outro motivo de conflito. “Se não largar (os usuários) para trás, somos notificados; se largamos para trás, o passageiro quer bater no motorista e cobrador”, comenta Franklin.

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Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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