Valores das placas saltam de R$ 100 para R$ 350 em JF

Denúncias relacionadas a um possível cartel na comercialização de placas de identificação de veículos foram formalizadas por representantes dos despachantes em Juiz de Fora. Profissionais do setor estiveram reunidos na manhã desta segunda-feira (1º) com vereadores no Palácio Barbosa Lima, a fim de cobrar a investigação da prática na cidade.

Segundo a categoria, estaria havendo superfaturamento por parte de empresas que fabricam as placas para os veículos. Dados repassados pela Câmara Municipal apontam que atualmente são 12 empresas licenciadas pelo Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran) para atuar no município. Para confirmar a denúncia, foram apresentadas notas fiscais e, nos documentos, haveria a oscilação de preços de R$ 100 para R$ 350 em espaço curto de tempo. Conforme a categoria, a mudança brusca dos custos foi percebida em menos de quinze dias.

Despachantes cobram investigação de possível cartel em Juiz de Fora (Foto: Divulgação/Câmara Municipal)

Emplacamento pode chegar a R$ 640

Na cidade, o serviço de emplacamento é feito por 145 despachantes credenciados, e, na reunião desta segunda, foram representados por seis profissionais da categoria. À Tribuna, um dos despachantes que atua na região do Bairro Santa Terezinha, Zona Nordeste, e preferiu não se identificar, afirmou existir cartel no setor há muito tempo, no entanto, valores como os atuais nunca haviam sido praticados. “Nós trabalhamos com preços de custo da placa de R$ 100 e, nesta semana, saltou para R$ 350. O meu valor de transferência é R$ 290 e, hoje, o valor do jogo (duas placas) está R$ 350, ou seja, mais de R$ 640 que o cliente pagará por uma transferência, um custo absurdo. Isso representa um aumento de 200%”, disse o empresário, acrescentando ainda que a reivindicação beneficia todos aqueles que possuem veículos que necessitam de emplacamento.

Outro despachante relatou durante o encontro no Legislativo municipal ter conhecimento que “o custo de uma placa gira em torno de R$ 72. No entanto, em Juiz de Fora há locais vendendo as placas por até R$ 370”, destacou. Aos vereadores, a categoria denunciou, ainda, que existiria um alinhamento dos preços, não existindo concorrência.

Estiveram presentes na reunião o presidente da Câmara, Luiz Otávio Coelho – Pardal (PSL), Juraci Scheffer (PT), Vagner de Oliveira (PSC) e Zé Márcio – Garotinho (PV). Ficou decidido que os vereadores passarão todos os dados para os deputados estaduais, para tratarem do problema na instância estadual.

Por meio da assessoria da Câmara Municipal, o vereador Vagner de Oliveira informou que o objetivo do encontro foi esclarecer alguns pontos e, a partir da formalização da denúncia, seria encaminhado um requerimento pedindo a Agência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) que fiscalize as fábricas de placas existentes no município.

Em nota, o Procon informou não ter recebido, até o final da tarde desta segunda, o ofício da Câmara Municipal. A informação é que, assim que o receber, abrirá investigação preliminar. Após o levantamento, os dados poderão ser encaminhados ao Ministério Público (MP) para apuração. Um representante do órgão também esteve presente na reunião.

Postado originalmente por: Tribuna de Minas – Juiz de Fora

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