Dinheiro, droga e materiais são apreendidos na 4ª fase da Operação Hoopoe

Desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira, 11, ocorre a 4ª fase da Operação Hoopoe, desencadeada pelo Ministério Público Estadual (MPE) de Araguari, com o apoio da Promotoria de Justiça de Uberlândia. Nove mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva foram cumpridos.

A Operação Hoopoe investiga o desvio de recursos públicos do Município de Araguari. As investigações apontam uso irregular de verba de publicidade e tentativa de obstrução da Justiça, usadas pelos investigados, dois ex-secretários municipais, como medidas para falsear a verdade e manter as irregularidades por meio de laranjas.

O principal alvo da operação é o ex-secretário de Gabinete, Marco Antonio Farias, foragido há um ano, desde agosto do ano passado. Segundo o MPE, o filho dele foi preso em flagrante, nesta manhã, pelo crime de tráfico de drogas. Na casa dele, no condomínio Morada do Sol, em Uberlândia, foi encontrada grande quantidade de maconha.

Os mandados estão sendo cumpridos em conjunto com Gaeco-Udi, Polícia Militar e Policia Civil, bem como Promotorias Criminais e do Patrimônio Público de Araguari. Até o fim desta manhã foram apreendidos objetos de interesses das investigações, como celulares, notebooks,  pendrive, aproximadamente R$ 5 mil em dinheiro e R$ 9 mil em cheques.

As investigações iniciaram em 2017 com escutas telefônicas do celular do ex-secretário, para se identificar atos ilícitos no cemitério. Em razão da complexidade dos fatos e descoberta de inúmeros atos ilícitos, a investigação ainda continua, apesar do longo período em razão da pouca estrutura para apurar os fatos por completo.

A título de exemplo, registra-se que em apenas um aparelho de celular apreendido na 1ª fase da Hoopoe em 2018 foram resgatadas mais de 50 mil páginas de dados, mesmo os que foram apagados, conseguiu-se recuperar através do equipamento Celebrate, e as informações estão sendo ampliadas com a atualização da assinatura do Software.

Frisa-se que já foram oferecidas várias denúncias criminais que ainda estão em instrução, além de inquéritos policiais instaurados pela Polícia. Também foram enviados dados para a área federal e eleitoral, uma vez que envolviam interesse da União. Um réu já foi condenado e cumpriu a pena por porte de arma de fogo com numeração raspada.

1ª Fase da Operação Hoopoe

Registra-se que a 1ª fase ocorreu em 2018, já a segunda fase foi em 2019, com foco na célula da publicidade na Orcrim. E no início de 2020, a 3ª fase consistiu em processo criminal referente ao Sindicato de Servidores Municipais, Sintespa, em razão de contratação de funcionária que é parente de Diretores, mas que não cumpria expediente, conforme dados captados na escuta telefônica.
Outras investigações seguem por várias Promotorias, mas sem exclusividade, o que dificulta a velocidade das apurações, como desvios em verba para Iluminação Pública, Varrição Pública, Saúde Pública, além de vários outros objetos que implicam em uma derrocada de irregularidades, que somam milhões de reais por ano. Destaca-se que até o momento, o Município não informatizou, nem regularizou os alvarás de concessão dos túmulos na cidade, apesar das provas obtidas por escuta.

Apenas a parte escrita na prova da escuta telefônica está liberada judicialmente, portanto ainda não se tem autorização judicial para liberação dos áudios, nem para os ‘Zaps’ extraídos dos celulares, sendo que a maior parte dos ilícitos estão nos ‘Zaps’ e não na escuta. E alguns ‘Zaps’ estão ainda sendo transcritos pela Polícia Civil para serem encaminhados ao Judiciário em razão do volume de dados e pequena equipe na Polícia Civil, e que não tem dedicação exclusiva ao caso.

Postado originalmente por: Portal V9 – Vitoriosa

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