Pequenos produtores de Itamarandiba superam crise com boa safra de abacaxi

Em Itamarandiba, no Vale do Jequitinhonha, produtores rurais estão comemorando aquela que será a maior colheita de abacaxi dos últimos dez anos no município.

A previsão é de que a safra 2020/2021 registre uma produção de mais de mil toneladas da fruta, acréscimo de 600 toneladas em relação à anterior. A colheita, que começou em dezembro, se estende até março.

Resgate

Itamarandiba já foi um dos principais produtores de abacaxi de Minas Gerais. Chegou a ter 300 hectares plantados. Mas a grande incidência da fusariose, uma doença causada por fungos, e o interesse pelo plantio de eucalipto fizeram com que o cultivo de abacaxi fosse reduzido drasticamente.

Há cerca de sete anos, o município contava apenas com dois hectares plantados com a fruta. Porém, com o controle da fusariose e os bons preços no mercado do abacaxi, a tradição no cultivo da fruta está sendo resgatada. Hoje são 16 produtores investindo na atividade, com uma área plantada de 50 hectares.

“Por causa do preço e como é uma cultura rentável, que utiliza a mão de obra familiar, os produtores rurais de Itamarandiba retornaram o plantio de abacaxi. A dúzia da fruta atualmente está sendo vendida por aproximadamente R$ 45, que é um bom preço. Mas, no fim do ano passado, chegou a ter um pico de R$ 80 durante uma semana”, explica o engenheiro agrônomo da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) do município, João Batista Araújo. 

Fruta

O abacaxi cultivado em Itamarandiba é o Jupi, uma variedade doce e de massa amarela. O clima de altitude da região favorece a cultura. Quase toda a produção é vendida na Ceasa da Região Metropolitana de Belo Horizonte. A safra do município é favorecida porque não coincide com o período de colheita de outras regiões do estado.

“A safra daqui é tardia. Enquanto o pico em outras regiões ocorre em setembro e outubro, aqui começamos a colher abacaxi no fim de dezembro”, afirma o técnico da Emater-MG.

Controle da fusariose

O aumento da área plantada nos últimos anos só foi possível após o combate à fusariose. Para isso, a Emater-MG, vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), orienta os produtores sobre o controle fitossanitário e a produção de mudas a partir do seccionamento do caule de plantas sadias. Segundo o técnico da empresa, este método elimina 90% da possibilidade de desenvolvimento da doença.

“São produtores que absorvem muito bem as orientações da Emater-MG, as novidades sobre uso de defensivos e adubação. Contribuímos também com a comercialização, no contato com redes de sacolões de Belo Horizonte para adquirir o produto”, afirma João Batista.

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Postado originalmente por: Aconteceu no Vale

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