O futuro do rádio é agora, nas multiplataformas e nas métricas – Entrevista com Mayrinck Junior

Mayrink Junior, radialista, diretor do Sistema MPA e vice-presidente da AMIRT – Associação Mineira de Rádio e Televisão, vê o rádio mais forte e como a mídia que melhor se aproveita das novas tecnologias.

A força do meio

“Rádio agora é o meio para a entrega o melhor conteúdo através múltiplas plataformas e os radiodifusores devem saber como se apoiar nas novas tecnologias, na Internet, para crescer e monetizar”. Esta é a opinião de um dos maiores radiodifusores do país, o mineiro Mayrink Júnior, diretor do Sistema MPA de Comunicação, com sede em Divinópolis, e vice-presidente da AMIRT – Associação Mineira de Rádio e Televisão. Para ele, o rádio deixou o tradicional dial e agora é multiplataforma, sabendo aproveitar o melhor do mundo digital, incluindo as redes sociais e os novos canais de veiculação de conteúdo, como o Youtube e o Facebook, e ampliando sua base de ouvintes.

Segundo Mayrink Júnior, o mercado de radiodifusão está se beneficiando das novas tecnologias e saber explorar as oportunidades do mundo digital é o caminho para sobrevivência das emissoras. “Muitas já estão sabendo fazer isso: você pode chegar a qualquer cidade do país, o número de seguidores da rádio local nas redes sociais é semelhante ao número de ouvintes. Em alguns casos, até mais”, afirma ele.

Sua análise está baseada na vasta experiência à frente de quatro emissoras de rádio, uma emissora de TV, de um portal na internet e comandando o microfone da Rádio Minas. O radialista-empresário ressalta a importância da exploração de ferramentas para a geração de conteúdo online. “O rádio está muito além do dial e o uso correto do digital cria melhores oportunidades de monetização. Por isso, outro fator que deve ser muito bem trabalhado está relacionado às métricas. Temos trabalhado bastante para acompanhar e entender o comportamento dos nossos ouvintes no mundo digital. O nosso público quer conteúdo de qualidade e temos que saber medir corretamente a nossa audiência”, afirma ele.

Podcasts: é coisa antiga, mas agora está se especializando em conteúdo exclusivo

Sobre os podcasts, Mayrink Júnior vê o crescimento desta modalidade centrado nos ouvintes que buscam conteúdo exclusivo e especializado, e nas capacidades das emissoras em entregar o material que o seu público deseja. “O podcast não é uma coisa nova, mas percebemos o fortalecimento deste recurso como importante para elevar a sua capacidade de monetização. Em uma escala de 0 a 10, estávamos recentemente em 2 ou 3, mas ganhamos alguns pontos e a recente campanha da Globo News para seus podcasts tem contribuído para a disseminação desta modalidade no Brasil. Outros grandes grupos de mídia também estão oferecendo seus canais de podcasts e as plataformas de streaming estão incorporando em seus catálogos uma grande variedade de opções para seus assinantes. O radiodifusor tem que estar atento a isso”.

O fim das rádios cartoriais: quem não investir em tecnologia vai ficar pelo caminho

Mayrink Júnior é categórico quando comenta a situação das emissoras de rádios que ainda seguem o modelo cartorial de uso das frequências de rádio no Brasil: “Quem não acompanhar a evolução tecnológica vai ficar pelo caminho. O dial não vai morrer, mas se a emissora não migrar para a nova realidade, o fechamento de suas portas é certo. Aqui, em nosso grupo de emissoras, temos uma equipe de TI focada nos novos desafios. Posso abrir mão de um ou outro profissional – se for o caso -, mas não posso deixar de investir em TI. Por exemplo, é esta turma que está analisando as novas tecnologias para métricas e monitoramento da audiência das nossas emissoras no mundo digital. Além disso, termos que acompanhar a evolução tecnológica com profissionais capacitados”, sentencia ele.

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