Com dificuldades para testar em massa, Montes Claros tem 3 casos confirmados de Covid-19

Nem bem anunciou o segundo caso, Montes Claros confirmou na tarde desta terça, 14, o terceiro caso de Covid-19 na cidade.
Trata-se de um homem, de 40 anos que também realizou o teste pelo Laboratório Hermes Pardini e testou positivo para o Coronavírus. Ele se encontra em Isolamento domiciliar com quadro estável também sendo monitorado pela equipe médica da Secretaria de Saúde de Montes Claros.
O segundo caso é de uma mulher, de 26 anos, que também realizou o exame no Hermes Pardinni e tem quadro estável. Já o primeiro caso registrado foi após a morte de um senhor de 69 anos, no dia 1 de Abril, após regressar de uma viagem ao estado de São Paulo.
A confirmação de um terceiro caso na maior cidade do Norte de Minas demonstra que além da circulação do vírus, a ausência de testes rápidos podem mostrar que o quadro é mais grave do que realmente se apresenta.
Na Coreia do Sul, as autoridades públicas agiram rápido para conter o surto. Em duas semanas após a primeira confirmação, o país criou uma estrutura de guerra para aumentar a testagem dos sul-coreanos. O país, que tem cerca de 50 milhões de habitantes, passou a produzir 100 mil kits por dia e a controlar cada passo de pacientes com caso positivo.
O país do sudeste asiático ainda usa informações de empresas de telefonia para rastrear por onde cada paciente com caso confirmado para Covid-19 passou e com quem teve contato, como explica o infectologista do Hospital das Clínicas Max Igor Lopes. Segundo ele, a estratégia não poderia ser aplicada no Brasil pela falta de testes e pela demora das autoridades em tomar medidas de contenção dos doentes assintomáticos.
Neste caso, a melhor medida para tentar resolver a situação é o distanciamento social. A médica Margareth Dalcolmo, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e uma das pneumologistas mais experientes do Brasil, atua desde o início da crise do coronavírus na linha de frente do combate à doença no Brasil. Atende a pacientes com a Covid-19 e participa do grupo de especialistas consultados pelo Ministério da Saúde para coordenar medidas para o enfrentamento da pandemia. Se num primeiro momento as autoridades de saúde chegaram a apostar que, no Brasil, a doença entraria com menos força por conta do clima e de suas características demográficas ―com a proporção menor de idosos que a Europa― a médica acredita que a doença rejuvenescerá no país por essa mesma característica populacional.- Como membro do grupo de especialistas que apoia o Ministério da Saúde, eu digo isso. As medidas de contenção da epidemia através do isolamento social, proposto de maneira bastante severa nestas semanas e ainda durante todo o mês de abril, são a nosso juízo a arma maior que o Brasil tem no sentido de conter a epidemia. A segunda arma importante que o Brasil tem é uma coisa preciosa chamada SUS, que é quem vai dar a resposta para a grande maioria da demanda que vai ocorrer seguramente – afirma.

Postado originalmente por: VinTV

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